Ouro lidera ranking de investimentos em julho; Bovespa fica atrás da renda fixa
O grama do ouro era vendido a R$ 44,50 ontem na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros). Na década de 90, era bastante comum a aplicação em ouro no Brasil, por causa da hiperinflação que corroía o dinheiro, mas atualmente ela só é acessível a grandes investidores institucionais, porque o mercado tem baixa liquidez e é extremamente técnico. "A pessoa física deve procurar fundos de investimento que apliquem parte de seus recursos em ouro", afirma André Luiz Nunes Silva, diretor da Anoro (Associação Nacional do Ouro).
O ouro também lidera o ranking no ano, com rendimento de 15,28%. Como é cotada no mercado internacional, a commodity teria registrado valorização ainda maior se o dólar não tivesse caído ante o real nos últimos meses --em 2006, a baixa da moeda é de 6,4%.
"O ouro está em ciclo de alta desde a queda das Torres Gêmeas nos Estados Unidos, em 2001", diz Silva. "Isso se deve ao aumento do risco geopolítico no mundo. A Coréia do Norte está fazendo testes de mísseis, o Irã se recusa a abandonar seu programa nuclear, e agora é a guerra de Israel contra o Hizbollah."
O ouro é procurado por ser o investimento mais seguro em tempos de incerteza. "Por exemplo, se você morasse no Líbano e tivesse colocado em um banco todo o seu dinheiro, o que aconteceria caso esse banco fosse bombardeado e simplesmente acabasse? Você não teria mais nada. Porém, se os recursos estivessem em ouro, guardados em casa, eles ficariam intactos", explica Silva.
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