Nesta quinta-feira (7), começaram a ser posicionados na Estação Antártica Comandante Ferraz os contêineres que formarão o Módulo Antártico Emergencial, que deve ficar pronto até março para abrigar cientistas e militares.
Os materiais terminaram de ser descarregados na quarta-feira e já estão posicionados na antiga pista de pouso para helicópteros. De acordo com o chefe da estação, Paulo Cesar Galdino de Souza, cerca de 100 pessoas trabalham na operação.
A estrutura de emergência vai permitir o trabalho de cientistas brasileiros na região, prejudicado pelo incêndio que destruiu grande parte da base e matou dois militares da Marinha em fevereiro de 2012.
O G1 acompanha uma expedição do Programa Antártico Brasileiro (Proantar) que leva cientistas e militares para o local que serve como base para as operações do país no continente gelado desde a década de 1980.
Equipes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) farão a manutenção dos equipamentos de meteorologia e captação de dados climáticos. Ao mesmo tempo, técnicos do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente vão analisar os impactos ambientais causados pelo incêndio ocorrido em 2012.
Enquanto os especialistas trabalham na reconstrução -- que ainda levará alguns anos -- a atual expedição brasileira se hospeda na base chilena Eduardo Frei.
Marinha posiciona os módulos emergenciais para o uso ainda nesse verão (Foto: Eduardo Carvalho/G1)
Atraso
A expedição acompanhada pelo G1 chegou à Antártica com dois dias de atraso, em função do mau tempo que impedia os voos para o continente gelado.
De acordo com comandante Ricardo Parpagnoli, coordenador do voo que finalmente alcançou a Antártica, os ventos estavam muito intensos na região polar e não havia como enxergar a pista de pouso na base Frei, que tem apenas um quilômetro de comprimento.
Navio caro
Um navio de quase R$ 100 milhões pertencente à Marinha é um dos principais protagonistas do Proantar, o Programa Antártico Brasileiro.
Chamado de Almirante Maximiliano, o navio é mantido pelo governo federal e mobiliza pesquisadores do país que estudam o Polo Sul.
Os cientistas querem descobrir detalhes de como o continente impacta a vida da humanidade e quais as consequências sofridas pela região em decorrência da atividade humana.
Incorporado à frota em 2009, o navio polar Almirante Maximiano faz companhia na Antártica ao navio oceanográfico Ary Rongel. Atualmente, os dois são os principais núcleos de estudos brasileiros no continente, pois abrigam laboratórios e são preparados para enfrentar um clima hostil, com temperatura muitas vezes abaixo de zero.
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