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Politica Brasil
Terça - 01 de Agosto de 2006 às 07:01

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A íntegra do depoimento do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, um dos sócios da Planam, revela um grau elevado de participação de, principalmente, dois parlamentares de Mato Grosso nos esquemas "Sanguessugas": Ricarte de Freitas (PTB) e Lino Rossi (PP). O parlamentar petebista tem uma dívida com a máfia das ambulâncias, segundo Vedoin, de aproximadamente R$ 300 mil, sem correções, por propinas pagas antecipadamente. Já o deputado Lino Rossi recebeu 105 pagamentos de propina, mas carreta, carro e outras vantagens.

Segundo Luiz Antônio afirmou à Justiça Federal, o deputado Lino Rossi apresentou diversos deputados à quadrilha e pretendia receber 2% sobre o valor dos negócios que Luiz Antônio realizasse com estes parlamentares. Apesar de toda propina paga, cheques resgatados em factorings e garantia para empréstimos, tudo oferecido pela Planam ao parlamentar, segundo Vedoin, quando Lino Rossi retornou ao Congresso em 2005 eles não trabalharam mais juntos. Vedoin afirma que Lino Rossi se tornou um "concorrente" da máfia comandada pela Planam na venda de equipamentos médicos-hospitalares.

Luiz Antônio, durante o período de trabalho junto com Lino Rossi, diz acreditar ter vendido em todo o Estado de Mato Grosso cerca de 70 unidades móveis de saúde com recursos de emendas individuais e de bancada de responsabilidade de Lino Rossi. O empresário também afirma que era o próprio parlamentar quem fazia o contato com os prefeitos e pedia para que estes passassem na sede da Planam, em Cuiabá, para acertar os detalhes do direcionamento das licitações.

Já quanto a Ricarte, o empresário aponta pagamentos altíssimos, chegando a antecipação de mais de R$ 375 mil. De todas as negociações, Vedoin afirma que possui crédito com o parlamentar de R$ 279.393,00, sem juros. "Em relação aos exercícios de 2002, 2003, 2004 e 2006, o parlamentar não realizou nenhuma emenda que fora executada pelo interrogando; QUE o interrogando antecipou ao parlamentar um valor muito superior à comissão devida pelas emendas, realizadas nos anos de 2000 e 2001, possuindo este crédito com o parlamentar até a presente data", diz o depoimento do empresário à Justiça Federal.

Segundo Luiz Antônio, ele trabalhou com Ricarte desde 1999 e realizaram acordo no sentido de que o parlamentar receberia uma comissão, no valor de 10% sobre o valor das emendas que fossem direcionadas aos municípios do Estado de Mato Grosso, para a aquisição de unidades móveis de saúde. Na véspera da eleição, o parlamentar teria cobrado 15% de propina. A Planam, ainda segundo Luiz Antônio, também repassou ao deputado um carro Fiat Ducato que depois foi substituído por uma Hillux SW4.

Lino Rossi disse ontem não conhecer o teor do depoimento e por isso preferia não se manifestar. Ricarte não atendeu A Gazeta.

Leia na página 6 o conteúdo do depoimento de Vedoin que compromete também os parlamentares Serys Marly (PT), Wellington Fagundes (PL), Pedro Henry (PP), o casal Teté e Carlos Bezerra (PMDB) e Celcita Pinheiro.





Fonte: Gazeta Digital

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