Catálogo do Salão de Piracicaba reúne humor, política e futebol

O Salão de Humor de Piracicaba surgiu em 1974 como uma forma de manifestação contra a ditadura militar e de reunir um pouco da produção de chargistas e cartunistas espalhados pelo Brasil. Mais de três décadas depois, a exposição cresceu, virou internacional (em 1977), mas sempre manteve sua essência: muita crítica política, como mostra o Catálogo do 32º Salão Internacional de Humor de Piracicaba, que será lançado hoje à noite, em São Paulo.

O livro (145 páginas, R$ 60) tem quatro seções principais: cartuns, charges, caricaturas e tiras, onde estão as obras selecionadas entre as mais de 1.800 enviadas ao Salão do ano passado. Participaram artistas de 20 países, incluindo o Irã do vencedor da categoria cartum, Mohammad Amin Aghaej.

O presidente Lula e o PT são os alvos principais dos humoristas, especialmente na categoria charges. Lá estão, por exemplo, o presidente tendo uma importante reunião com seus ministros Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e ET de Varginha. Ou Lula despachando de um escritório com pôsteres de Fidel Castro, Hugo Chávez, Zagallo e Pateta (o amigo do Mickey).

Há um pouco de futebol, também, na mira dos artistas. Como os trabalhos do livro foram feitos em ano de classificação para a Copa do Mundo, lá estão Parreira, Zagallo, Ronaldinho e Tevez. Da mesma maneira, é provável que o Salão deste ano (programado para começar dia 26 de agosto no Engenho Central de Piracicaba) receba trabalhos envolvendo as meias de Roberto Carlos e a cabeçada de Zidane.

Além de criticar e fazer rir, o Salão tem outra característica: a de projetar jovens talentos. Afinal, foi nele que surgiram nomes como Angeli, Glauco e Laerte, premiados nas primeiras edições. Se os selecionados de 2005 continuarão na área e criando bons trabalhos, só o tempo dirá.