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Politica Brasil
Segunda - 31 de Julho de 2006 às 09:01

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A organização da campanha da senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) à Presidência se preocupa com o risco de que uma ação mais radical da militância repercuta negativamente na imagem da candidata. Essa hipotética ação poderá resultar de uma provocação ou até sabotagem de adversários, suspeita a senadora, em conversas com assessores de campanha.

Em discurso a cerca de 200 militantes reunidos ontem de manhã na praia de Icaraí (Niterói, cidade a 15 km do Rio), Heloísa Helena alertou para o perigo que representariam agentes provocadores infiltrados nas manifestações e passeatas das quais têm participado: "Vamos trabalhar muito sem rancor, sem ódio, sem cair em provocação, mas com o rigor implacável, uma combatividade daquelas que a gente sabe fazer, olhando no olho das pessoas, disputando cada um dos votos".

O tom agressivo típico da senadora se suavizou desde que sua candidatura se consolidou como a terceira força da eleição presidencial, atrás do presidente Lula (PT) e do candidato Geraldo Alckmin (PSDB).

Ontem, ela visitou no morro do Estado, em Niterói, parentes de cinco rapazes mortos por policiais militares em dezembro de 2005. A chacina ocorreu na própria favela, que é controlada pela facção criminosa TCP (Terceiro Comando Puro) e, desde então, está ocupada por equipes do 12º Batalhão da PM.

A candidata lamentou as mortes, mas disse que a dor de uma mãe que tem o filho morto não é diferente da que aflige a mãe de um policial vitimado por criminosos: "Não dá para ver só um lado. A dor da mãe que perde um filho, seja ele uma criança da favela, seja ele um policial assassinado pelo crime organizado, é a mesma".

Heloísa Helena falou da precariedade de recursos de sua campanha, comparando-a com a de seus adversários, e defendeu a prisão dos "marginais de terno e gravata" e dos "delinqüentes de luxo": "Enquanto eles estão correndo pelos céus do Brasil em jatinhos, aerolulas, dólares nas peças íntimas do vestuário masculino, bilhões de dólares para os banqueiros em paraísos fiscais, aqui estamos nós. A gente tem algo que com certeza deve dar muita inveja neles, que é vergonha na cara e amor no coração".

À tarde, Heloísa Helena participou da Parada Gay do Rio, em Copacabana: "Nós somos filhos e filhas do mesmo Deus e da mesma pátria, independentemente das orientações que tenhamos". Ela negou ter recebido apoio de Anthony Garotinho. "Não há aliança com Garotinho nem apoio. Ele nunca conversou comigo, nem eu com ele. Quem quiser que a ditadura volte, não conte comigo. É onde as pessoas não possam sequer expressar o seu voto."

Ela voltou a chamar o ministro Tarso Genro de "moleque de recados" de Lula ao ser questionada sobre afirmação de petista que a comparou ao presidente do PFL, Jorge Bornhausen. "Tarso não tem o que fazer porque o governo é incompetente. Não vou bater boca com moleque de recado do presidente. Ele que vá arranjar um trabalho para fazer e me tirar da cabeça dele porque está com idéia fixa com Heloisinha".





Fonte: Folha Online

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