Eleições contribuem para alta da taxa de desemprego
O economista Cimar Pereira disse nesta quinta-feira que o resultado de junho —uma leitura pouco acima dos 10,2 por cento de maio— frustrou as expectativas, pois se esperava declínio da taxa e que o mercado de trabalho tivesse um comportamento mais favorável em 2006 do que em 2005.
Na comparação com junho do ano passado, houve alta de 14,1 por cento no número de desocupados, o que representa cerca de 289 mil pessoas a mais procurando emprego no intervalo de 12 meses.
Pereira explicou que o período eleitoral provoca cautela entre empresários e esperança dos consumidores de abertura de vagas. "A expectativa do empresário é uma e a do consumidor é outra. Para o empresário, o ano de eleição é de cautela e incerteza."
O economista destacou ainda que a tendência "mostrava que 2006 seria um ano melhor".
"Mas isso não está acontecendo... O mercado de trabalho não está absorvendo a demanda por vagas. A situação econômica também não é favorável para o mercado de trabalho ter uma reação forte", declarou Pereira.
Como justificativa, ele citou que a taxa de ocupação cresceu 0,9 por cento de maio para junho, enquanto a de desocupação avançou 3,5 por cento. Segundo ele, a taxa de ocupação em junho é a maior desde setembro de 2004 e a de desocupação é a mais elevada desde novembro de 2003.
Em contraposição, o economista disse que aumentou a qualidade do emprego e o rendimento avançou no mês passado, encerrando o primeiro semestre com expansão de 8 por cento sobre o mesmo período de 2005 —a maior taxa para um semestre desde 2003.
"Você tem o efeito do aumento da formalidade, do recuo na inflação e do aumento do salário mínimo", completou Pereira.
RENDA SOBE PELO 5o MÊS
O número de pessoas que conseguiram ocupação nas seis regiões metropolitanas pesquisadas foi estimado em mais de 20 milhões, segundo o IBGE. Em relação a junho de 2005, o número de pessoas ocupadas cresceu 1,6 por cento.
O rendimento médio real do trabalhador cresceu 0,5 por cento ante maio, para 1.033,50 reais. Em relação a junho do ano passado, o rendimento subiu 6,7 por cento.
O aumento do rendimento em junho foi o quinto consecutivo, segundo dados do IBGE.
Nos últimos 12 meses encerrados em junho, o contingente de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado das regiões pesquisadas cresceu em 296 mil.
Comentários