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Sétima Arte: Jovens cineastas arregaçam as mangas
A produção de curtas-metragens começou a expandir-se no mundo todo há apenas algumas décadas e o Brasil não ficou de fora, aproveitando as vantagens que esse produto apresenta. Afinal, além de ser menos dispendioso e demandar menos tempo, serve como instrumento de formação de pessoal e experimentação. É, portanto, uma boa oportunidade que vem sendo aproveitada também pelos mato-grossenses. A produção no estado cresce a olhos vistos e a mais nova empreitada é a gravação do filme Parabéns Vitor, do videomaker Leonardo Sant"Ana, que se estende por toda esta semana, em Cuiabá.
Ele se junta a outros em andamento, como Nó de Rosas, de Glorinha Albués, e duas outras produções da dupla Ana Cláudia Simas e Caroline Araújo. Elas criaram a Menina Filmes Produções e em breve lançam Alves de Oliveira (dia 3 de agosto), sobre um famoso radialista de Cuiabá, e, mais tarde, Uma Viagem pela Estrada, este sobre o Coxipó do Ouro.
O interessante é que, tanto Sant"Ana como Ana Cláudia e Carolina, adquiriram experiência atuando em várias funções e em produções mais simples, como as oriundas do meio acadêmico. Hoje mergulham em projetos mais ousados, como é o caso de Leonardo, que estréia na direção de um curta comandando uma equipe de cerca de 40 pessoas. O filme fala sobre arrependimento e tem a ditadura como pano de fundo. Gira em torno da figura de Vítor, um juiz prestes a completar 64 anos que relembra o passado, marcado pelos desejos revolucionários da juventude.
Segundo o diretor, que também é roteirista, "é um filme sobre remorso. O protagonista é um cara fraco, que viveu o dilema entre a crença ideológica e o conforto material". A juventude de Vitor foi ambientada nos tempos da ditadura militar, mas o filme não é sobre esse período da história. "Optei por esse pano de fundo devido a minha própria participação no movimento estudantil universitário", explica.
O elenco traz Giovanni Araújo, do Teatro Fúria, como o jovem Vitor, e o ator e cineasta Amauri Tangará fazendo o protagonista já adulto. A atriz Manon Alves faz Carol, objeto de desejo de Vitor, e o ator Justino Astrevo é o promotor que força a virada do filme ainda na juventude de Vitor. O curta-metragem Parabéns Vitor, que contou com financiamento do Fundo Estadual de Cultura, tem produção executiva de José Paulo Traven, Carolina Guimarães e Epaminondas Carvalho.
Para Tangará, o papel tem sabor especial. Além de ser sua primeira atuação em película 35 mm, ele interpreta uma pessoa que viveu os duros tempos da ditadura militar e acompanhou isso na vida real. E seu Vitor mais velho é um saudosista do período em que era ativista. Sua história, lembra o ator, é igual a de muita gente. "Minha geração passou por isso. Conheço muita gente que era ativista e hoje está bem diferente. Alguns com remorso, outros não. Outros comungando hoje com o que de mais terrível existia na ditadura militar", ressalta. Na verdade é mais um desafio para o diretor mato-grossense que aposta na nova geração de diretores.
Giovanni não experimentou o período, mas ressalta que é importante contar essa história. "É um assunto que vira e mexe está sendo mostrado. Quem não esteve na época, vê que foi uma coisa muito forte". Para ele, falta aquele espírito de luta aos jovens brasileiros de hoje. E isso, segundo ele, pode ser visto no semblante de quem participa de manifestações atualmente. Muitos vão mais pelo auê, de sorriso no rosto, como se aquilo fosse uma grande festa, compara.
O seu Vítor, explica Giovanni, é um estudante que quer de fazer revolução, quer mudar o mundo. Mas a mãe internada e a falta de dinheiro o obrigam a pensar mais na questão da sobrevivência. E isso faz com que ele deixe a luta de lado, abandonando inclusive a namorada, que acabou entrando no movimento por causa dele. Uma essa decisão vai fazer com que se arrependa amargamente, carregando uma grande culpa.
Força local - "Todo o elenco é local. Recebemos o reforço de alguns profissionais de outros estados, principalmente nos setores de captação de som e imagem", observa Leonardo. Essa é outra característica marcante desses novos diretores. Eles procuram trabalhar com profissionais locais, exceto por alguns setores onde Mato Grosso ainda é carente. A captação, por exemplo, é um tipo de gravação que tem suas especificidades, é mais difícil de fazer, explica Ana Cláudia.
Ela e Caroline resolveram colocar o know how a serviço do audiovisual mato-grossense e criaram um nome para colocar nos créditos. O Menina Produções, explica Ana, não é uma empresa e atua de forma independente. Com a ajuda de vários colegas do curso de Rádio e TV que já atuavam no meio produzindo vídeos dentro da universidade as duas foram desenvolvendo projetos que vão além da produção de vídeos experimentais e documentários. Ana conta que as atividades do grupo incluem um Fancine (fanzine de cinema), cinedebates e mostras itinerantes de filmes dentro da universidade.
Ele se junta a outros em andamento, como Nó de Rosas, de Glorinha Albués, e duas outras produções da dupla Ana Cláudia Simas e Caroline Araújo. Elas criaram a Menina Filmes Produções e em breve lançam Alves de Oliveira (dia 3 de agosto), sobre um famoso radialista de Cuiabá, e, mais tarde, Uma Viagem pela Estrada, este sobre o Coxipó do Ouro.
O interessante é que, tanto Sant"Ana como Ana Cláudia e Carolina, adquiriram experiência atuando em várias funções e em produções mais simples, como as oriundas do meio acadêmico. Hoje mergulham em projetos mais ousados, como é o caso de Leonardo, que estréia na direção de um curta comandando uma equipe de cerca de 40 pessoas. O filme fala sobre arrependimento e tem a ditadura como pano de fundo. Gira em torno da figura de Vítor, um juiz prestes a completar 64 anos que relembra o passado, marcado pelos desejos revolucionários da juventude.
Segundo o diretor, que também é roteirista, "é um filme sobre remorso. O protagonista é um cara fraco, que viveu o dilema entre a crença ideológica e o conforto material". A juventude de Vitor foi ambientada nos tempos da ditadura militar, mas o filme não é sobre esse período da história. "Optei por esse pano de fundo devido a minha própria participação no movimento estudantil universitário", explica.
O elenco traz Giovanni Araújo, do Teatro Fúria, como o jovem Vitor, e o ator e cineasta Amauri Tangará fazendo o protagonista já adulto. A atriz Manon Alves faz Carol, objeto de desejo de Vitor, e o ator Justino Astrevo é o promotor que força a virada do filme ainda na juventude de Vitor. O curta-metragem Parabéns Vitor, que contou com financiamento do Fundo Estadual de Cultura, tem produção executiva de José Paulo Traven, Carolina Guimarães e Epaminondas Carvalho.
Para Tangará, o papel tem sabor especial. Além de ser sua primeira atuação em película 35 mm, ele interpreta uma pessoa que viveu os duros tempos da ditadura militar e acompanhou isso na vida real. E seu Vitor mais velho é um saudosista do período em que era ativista. Sua história, lembra o ator, é igual a de muita gente. "Minha geração passou por isso. Conheço muita gente que era ativista e hoje está bem diferente. Alguns com remorso, outros não. Outros comungando hoje com o que de mais terrível existia na ditadura militar", ressalta. Na verdade é mais um desafio para o diretor mato-grossense que aposta na nova geração de diretores.
Giovanni não experimentou o período, mas ressalta que é importante contar essa história. "É um assunto que vira e mexe está sendo mostrado. Quem não esteve na época, vê que foi uma coisa muito forte". Para ele, falta aquele espírito de luta aos jovens brasileiros de hoje. E isso, segundo ele, pode ser visto no semblante de quem participa de manifestações atualmente. Muitos vão mais pelo auê, de sorriso no rosto, como se aquilo fosse uma grande festa, compara.
O seu Vítor, explica Giovanni, é um estudante que quer de fazer revolução, quer mudar o mundo. Mas a mãe internada e a falta de dinheiro o obrigam a pensar mais na questão da sobrevivência. E isso faz com que ele deixe a luta de lado, abandonando inclusive a namorada, que acabou entrando no movimento por causa dele. Uma essa decisão vai fazer com que se arrependa amargamente, carregando uma grande culpa.
Força local - "Todo o elenco é local. Recebemos o reforço de alguns profissionais de outros estados, principalmente nos setores de captação de som e imagem", observa Leonardo. Essa é outra característica marcante desses novos diretores. Eles procuram trabalhar com profissionais locais, exceto por alguns setores onde Mato Grosso ainda é carente. A captação, por exemplo, é um tipo de gravação que tem suas especificidades, é mais difícil de fazer, explica Ana Cláudia.
Ela e Caroline resolveram colocar o know how a serviço do audiovisual mato-grossense e criaram um nome para colocar nos créditos. O Menina Produções, explica Ana, não é uma empresa e atua de forma independente. Com a ajuda de vários colegas do curso de Rádio e TV que já atuavam no meio produzindo vídeos dentro da universidade as duas foram desenvolvendo projetos que vão além da produção de vídeos experimentais e documentários. Ana conta que as atividades do grupo incluem um Fancine (fanzine de cinema), cinedebates e mostras itinerantes de filmes dentro da universidade.
Fonte:
A Gazeta
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/287158/visualizar/
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