Repórter News - reporternews.com.br
Cultura
Terça - 25 de Julho de 2006 às 07:18
Por: João Luiz Sampaio

    Imprimir


gravar todas as sonatas para piano de Mozart. E se os dois primeiros discos da série já revelavam uma interpretação extremamente pessoal deste repertório, o terceiro volume agora lançado confirma que esta integral tem tudo para brigar por um espaço no coração dos mozartianos mais fiéis. Clara tem uma trajetória bastante pessoal. Enfrentar um pilar do repertório pianístico como as sonatas de Mozart sempre conviveu com a busca incessante por revelar novos autores - seus recitais e discos contemplam um amplo painel, que tem, por exemplo, Chiquinha Gonzaga, Kachaturian, Glauco Velasquez e Ernesto Nazareth.

Trata-se de uma interpretação extremamente pessoal. Cada nota está lá como escrita pelo compositor. Mas, após uma vida dedicada a estudar as sonatas, Clara brinca que pode se dar ao luxo de pretender compreender os significados por trás dessa música. "Todo um universo cabe dentro de Mozart, que é dramático, intenso, alegre, rigoroso ao mesmo tempo em que foge de convenções", disse. E prova desta concepção é este novo disco, com as sonatas K 311, K 310, K 330 e K 331 (Azul Music).

Na ópera - Para quem não acredita muito na permanência da ópera como gênero artístico capaz de dizer algo a nosso tempo, os 250 anos de Mozart têm sido pródigos em argumentos a serem rebatidos. Após a Flauta Mágica de Claudio Abbado, a Universal coloca agora nas lojas um novo registro de A Clemência de Tito, com regência de sir Charles Mackerras. São álbuns que merecem, de longe, destaque entre as novas gravações encomendadas para marcar o aniversário do compositor.

Já se passou tempo suficiente para que se possa dizer que o Mozart de Mackerras deve figurar entre os grandes. Mas a gravação tem também no elenco um diferencial. Rainer Trost é Tito, Hillevi Martinpelto é Vitellia. E, o melhor para o final, Magdalena Kozena é Sesto. A meio-soprano checa não é só uma bela voz. É um fenômeno. Seus primeiros discos para a Deutsche Grammophon mostram uma escolha sensível e inteligente de repertório: seu álbum de canções com Britten, Shostakovich, Schulhoff, Ravel e Respighi é primoroso.

E ela, além da Clemência, lança em setembro um disco com árias de Mozart, ao lado da Orchestra of the Age of Enlightenment e o maestro Simon Rattle, o todo-poderoso diretor da Filarmônica de Berlim. Também para setembro, ainda no universo da obra de Mozart, outros discos que, pelo menos no papel, soam interessantes. Com Mackerras, o baixo galês Bryn Terfel lança também um recital dedicado a árias e duetos do compositor. E o pianista italiano Maurizio Pollini gravou com a Filarmônica de Viena os concertos para piano e orquestra K. 453 e K.467.




Fonte: Agência Estado

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/287602/visualizar/