Campanha de controle do câncer de útero em VG começa segunda-feira

Uma das razões é o aumento de 100% no número de mortes causadas pela doença no município, onde há prevenção e tratamento gratuitos

Os altos índices de câncer de colo do útero estão preocupando os profissionais de saúde. Em Várzea Grande, o número de mortes provocadas pela doença dobrou nos últimos cinco anos, passando de sete casos em 2001 para 14 em 2005, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Para evitar novos registros como esse, o próprio órgão inicia nesta segunda-feira (24.07) a I Semana de Intensificação ao Controle do Câncer Oncológico. O objetivo é despertar a sociedade para importância do diagnóstico precoce.

Segundo a gerente do Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente (Paismca), Maria Alice Ramos, entre os dias 24 e 28 de julho haverá um consultório em todas as unidades municipais de saúde para realizar o exame preventivo.

Ela explica que esta será a primeira medida adotada para atingir a meta anual de quase 25 mil atendimentos a mulheres na área do câncer uterino. "O percentual é fixado pelo Ministério de Saúde e atinge a faixa etária de vinte e cinco a cinqüenta e nove anos de idade, período no qual fica mais fácil detectar a enfermidade", acrescenta.

Maria Alice esclarece ainda que todas as coletas serão feitas gratuitamente, nos horários normais de funcionamento dos postos de saúde, policlínicas e PSF's. O prazo para entrega dos resultados dos exames é de 40 dias (o tempo está dentro da margem tolerável porque não tem caráter de urgência, mas de prevenção).

"Também estaremos distribuindo folhetos informativos sobre o auto-exame de mama e fazendo orientações a quem tiver interesse", informa. Só nesta semana de trabalho, os organizadores esperam realizar cinco mil exames.

"Com essa campanha, nós queremos chamar a atenção de todas as várzea-grandenses para a relevância do diagnóstico antecipado. Quando descoberto a tempo, a cura do câncer de colo do útero é cem por cento garantida.

Contamos com a participação de toda população feminina", assinala o secretário de Saúde do município, Arilson Arruda. Ele lembra que todo o tratamento da doença também é gratuito. "Mas a prevenção continua sendo o melhor caminho". Câncer de colo do útero

A única maneira de se identificar o câncer de colo do útero é o exame preventivo, já que ele é assintomático e indolor nos primeiros estágios. Por isso, todas as mulheres com idade entre 25 e 59 anos devem fazer a coleta do material pelo menos uma vez por ano. Entre os comportamentos que podem levar a formação do blastema estão o consumo de álcool, tabaco e drogas, além de inflamações seguidas nas genitais ocasionadas por doenças sexualmente transmissíveis, sendo o HPV de maior incidência nesse caso.

O Instituto Nacional de Câncer estima que, a cada 100 mil mulheres mato-grossenses, 23 possuem a moléstia (se considerada a faixa etária dos 19 aos 33 anos). No Brasil, o câncer de útero é considerado a terceira neoplasia maléfica mais comum e a quarta causa de morte entre mulheres.