Lojistas buscam mercado perdido

Comerciantes de Cuiabá esperam aumentar em 35% as vendas até o fim de 2008 com a revitalização do Centro Histórico de Cuiabá. A meta será oficializada hoje, com a assinatura do acordo de resultados do projeto Varejo que Dá Certo, durante evento na Capital. A iniciativa toma corpo entre os empresários de olho em cases de sucesso no Sul e Sudeste do país, onde regiões comerciais conseguiram impulsionar o faturamento em 40% ao ano após mudanças no ambiente externo e no atendimento aos clientes.

Embora o pontapé seja dado em Cuiabá, também existem ações semelhantes em discussão em Várzea Grande, Sinop, Rondonópolis, Tangará da Serra, Cáceres e Barra do Garças, principais pólos do comércio e serviços do Estado. O presidente da Federação do Comércio de Mato Grosso (Fecomércio), Pedro Nadaf, ressalta que o projeto não envolve apenas a arquitetura da área, mas também o aperfeiçoamento no atendimento, adaptações na estrutura física das lojas e a melhoria nos serviços de estacionamento e segurança.

As alterações sintetizam o mote de implantação do conceito de shopping aberto no Centro de Cuiabá. As discussões sobre a idéia foram aceleradas ante a onda de evasão de uma parcela considerável da clientela do centro da Capital para os shopping centers. A mesma tendência também já se anuncia em cidades do interior, com o lançamento de novos complexos comerciais. Com as reformulações, a meta é que o índice de satisfação dos consumidores da região central suba em 30% até dezembro de 2008.

"Não temos nem como negar essa concorrência com os shoppings e também com o comércio nos bairros. Temos que pensar nessa melhoria em geral, nessa atualização, porque senão daqui a 5 anos podemos nos tornar obsoletos ou então ser engolidos pelos concorrentes", avalia o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL), José Alberto Aguiar, ao afirmar que a concepção do projeto advém do próprio "bom senso" dos comerciantes, independente da evasão de consumidores.

A execução plena do Varejo que Dá Certo está prevista ao longo de 3 anos. Segundo Aguiar ainda não há uma estimativa do bolo de investimentos necessários para a revitalização do Centro Histórico e do comércio no local. Ele afirma que as demandas do setor e o plano de marketing do projeto ainda estão em fase de elaboração. O Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Urbano de Cuiabá (IPDU) também está mapeando informações sobre o patrimônio histórico. "A região foi tombada, mas praticamente nada foi feito durante muito tempo".