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Cultura
Quarta - 19 de Julho de 2006 às 06:39
Por: Rosi Domingues

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A 4ª parada da diversidade sexual contará com público estimado de 25 mil pessoas e promete parar o centro de Cuiabá na tarde de 28 de julho. O tema deste ano é "Nosso orgulho saiu do armário. Tranque o seu nele", que promove uma ampla discussão sobre a homofobia e o fim da discriminalização das leis brasileiras.

Segundo o presidente da ONG Livremente, Clóvis Arantes, a participação da população sempre surpreende, desde a primeira edição. "Resolvemos fazer num dia de semana justamente para pegar a cidade aberta e as pessoas na rua, queremos fazê-los refletir sobre o assunto".

Em 2003, cerca de 7,5 mil pessoas agitaram as ruas centrais ao som do trio elétrico, os curiosos se aglomeravam nas esquinas e nas portas das lojas. No ano seguinte, o público chegou a 14 mil e, no ano passado, ultrapassou 20 mil pessoas, entre gays, lésbicas, bissexuais, transgêneros e simpatizantes.

O dono da boate GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes) Zumzum, Menotti Griggi, conta quando foi abrir o estabelecimento várias pessoas o advertiram sobre localização central, próximo dos principais "points" heterossexuais de Cuiabá. "Não precisamos viver escondidos, queremos nosso espaço perto de mauricinhos, patricinhas, cowboys, ricos ou pobres".

Se por um lado ele sugere que os homossexuais saiam do "armário" e se assumam, sabe que a decisão é difícil devido ao preconceito. "É complicado até para ficarem em fila aqui em frente do bar, algumas pessoas passam só agredir ou jogar objetos".

Juntos há um mês, Robson Reis, 19, e Juvenal Alves Antônio, 17, estão vivendo o momento mágico da paixão, da descoberta do amor. Acham cedo para falar de casamento, mas pretendem continuar juntos. Não têm medo do que podem enfrentar. "A gente evita demonstrar afeto em lugares muito movimentados, como shoppings, igrejas, bares heteros, mas levamos uma vida normal", diz Robson.

Ele descobriu a homossexualidade por volta dos 16 anos, depois de um namoro de cinco anos com uma garota. Começou a se relacionar com meninos na escola. Há dois anos não fala com o pai, que não agride, mas não aceita a opção do filho. "Minha mãe é linda, quer conhecer todos os meus "amigos", a gente se entende bem. Meus irmãos ficam neutros, a não ser a mais velha, que é minha amiga e confidente".





Fonte: A Gazeta

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