Presidente da Juve diz que seu time não deveria ser rebaixado

O presidente da Juventus de Turim, Giovanni Cobolli, disse hoje que sua equipe deveria continuar na primeira divisão e expressou a esperança de que o recurso a ser apresentado à Corte de Apelação da Federação Italiana de Futebol (FIGC) seja aceito. Cobolli afirmou para a imprensa italiana que as motivações da sentença "não justificam, em absoluto, uma pena tão severa, pois se referem apenas ao artigo um do Código de justiça esportiva e não ao artigo seis. Alguns pecados veniais - perdoáveis - não equivalem a um pecado mortal". A Corte de Apelação decidiu ontem rebaixar para a segunda divisão a Juventus, a Fiorentina e a Lazio, por envolvimento em um escândalo de corrupção. Já o Milan permanece na divisão principal, mas inicia a próxima temporada com 15 pontos a menos. O novo técnico da equipe de Turim, o francês Didier Deschamps, reconheceu que "é difícil alcançar a série A em apenas um ano, mas devemos tentar", pois a Juventus também começará sua campanha com 30 pontos a menos.

O ex-administrador delegado da equipe de Turim, Antonio Giraudo, que ontem foi punido com o afastamento de cargos esportivos, declarou que "lutará até o final em toda as instâncias oportunas", pois acredita que "não fez nada de errado".

Giraudo chamou de "injusta" a acusação de ter manipulado os campeonatos e afirmou que nunca buscou "modificar irregularmente uma partida, nenhuma".

A sentença, que representa uma reviravolta no panorama italiano do futebol, poderia ter também impacto nos direitos de transmissão de jogos.

Sobre este aspecto, o diretor de relações exteriores da emissora "Sky", Tullio Camiglieri, declarou que será necessário esperar a apelação "antes de entender qual será o cenário dos jogos da série B transmitidos pela televisão".

Entretanto, Camiglieri confirmou que as quatro equipes penalizadas "continuarão sendo parte da oferta da emissora".

O prefeito de Roma, Walter Veltroni, expressou sua "surpresa" com a sentença que "colocou no mesmo plano sociedades com responsabilidades diferentes" e disse que ela foi "muito dura" com a Lazio.

Já Paolo Bonaiuti, porta-voz do proprietário do Milan, Silvio Berlusconi, disse que a sentença "atinge quase 20 milhões de torcedores, impede a Itália, campeã do mundo, de estar representada em um alto nível nas competições internacionais, além de obrigar que nossos melhores jogadores se mudem para equipes estrangeiras".