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Sexta - 14 de Julho de 2006 às 08:48

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O empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, apontado como um dos chefes da máfia dos sanguessugas, citou mais de 60 parlamentares e entregou documentos para comprovar cada uma das acusações feitas durante o depoimento de nove dias que prestou à Justiça Federal. Segundo o jornal O Globo, entre esses papéis está a cópia de um Documento Único de Trânsito (DTU) do carro que ele diz ter dado ao senador Magno Malta (PL-ES) como pagamento antecipado de uma emenda ao Orçamento da União direcionada a uma das empresas da organização acusada de vender ambulâncias e equipamentos hospitalares superfaturados.

Malta negou as acusações. Alegou que não conhece as empresas da família Vedoin e que nunca teve contato com integrantes da organização. Na quarta-feira, ao ser informado sobre os detalhes do depoimento de Vedoin, o senador pediu para que um de seus advogados tente obter na Justiça Federal cópia do documento.

Trevisan Vedoin mencionou o nome de Malta ao falar sobre parlamentares com quem ele ou outros integrantes do comando da organização teriam negociado a apresentação de emendas destinadas à compra de ambulâncias, equipamentos hospitalares e ônibus escolares. Diante de uma expressão de dúvida do juiz Jeferson Schneider, da 2ª Vara da Justiça Federal do Mato Grosso, Vedoin apresentou a cópia de um DUT do carro que teria dado ao senador. O carro teria sido levado para o Espírito Santo, base eleitoral de Malta.

O empresário reclamou que o senador recebeu o carro mas até agora não cumpriu o trato. "Ele vendeu a emenda por um carro, mas depois não colocou a emenda da ambulância", disse o empresário.

Estes e outros documentos apresentados por Vedoin como prova da compra de emendas serão submetidos a perícia técnica. Cópia integral de seu depoimento, de 130 páginas, o mais longo já registrado na Justiça brasileira, está desde quarta-feira nas mãos do procurador-geral, Antônio Fernando de Souza. A partir de agora, caberá a ele decidir se os indícios são suficientes para oferecer denúncia ou se será necessário pedir ainda ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito para aprofundar as investigações.

Depois de liberar Vedoin, o juiz determinou o relaxamento da prisão de seu pai, Darci José Vedoin, apontado como o chefe da organização. Dos 48 presos pela PF no início da Operação Sanguessuga, em maio, só o empresário Ronildo Medeiros, sócio de Vedoin, está detido.





Fonte: Terra

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