Aparência trouxe preocupação e medidas urgentes, conta médico
Ele chegou ao apartamento de Dante por volta de 7h30. O líder tucano já havia começado a desenvolver a disseminação da infecção, estava mais pálido. A aparência de Dante preocupou o médico, que indicou a internação imediata. Mesmo um pouco reticente, Dante acabou seguindo a orientação médica e chegou ao hospital Jardim Cuiabá às 8h30. Uma tomografia do tórax foi refeita e também exames laboratoriais. A pneumonia de Dante, que era uma pequena lesão na base do pulmão esquerdo, havia até reduzido um pouco. Mas a sepse havia começado a se disseminar pelo corpo. Os exames mostraram descontrole do diabetes, alteração da função renal e cansaço. A sepse começou a ser tratada.
O quadro evoluiu para pior e Karhawi determinou a internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aproximadamente às 14 horas. Nesse momento, Dante já estava com insuficiência respiratória e renal. Como já não tinha condições de respirar sozinho, ele teve que ser sedado e entubado, recebendo doses altíssimas de oxigênio. O tratamento com antibiótico não respondia e a sepse já tinha atingido dois órgãos vitais, o pulmão e os rins.
O terceiro órgão comprometido foi o coração. "Dante teve um choque séptico. Não é uma parada cardíaca. As células vão morrendo, o sangue não consegue penetrar nelas e a pressão sanguínea cai. Ele começou a ter insuficiência cardíaca no final da tarde e o coração começou a dilatar", relata o médico.
Doses muito altas de drogas foram utilizadas para elevar a pressão de Dante. Uma média de 10 a 20 vezes mais que doses normais. Só assim conseguiram manter a pressão dele em níveis aceitáveis. Karhawi lembra, contudo, que nenhum organismo aguenta isso muito tempo. Dante morreu às 20h45 da quinta-feira, no último dia 6 por "disfunção de múltiplos órgãos e sistemas com choque refratário decorrente de sepse por pneumonia e com agravamento de miocardite, insuficiência renal e diabetes mellitus descompensado". (VCS)
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