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Politica Brasil
Quinta - 13 de Julho de 2006 às 08:34

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Abdon Karhawi não era médico de Dante de Oliveira. Só passou a atendê-lo na quarta-feira, uma dia antes da morte do ex-governador. Pelo que levantou com o próprio Dante para fazer o histórico do paciente, o infectologista conta que o líder político estava doente desde a segunda-feira da semana passada, apresentando febre. Na terça-feira foram feitos exames laboratoriais e tomografia de pulmão, quando se chegou ao diagnóstico de pneumonia. A doença, segundo Karhawi, foi tratada adequadamente, por um outro médico, com antibióticos.

Quando Dante chegou ao infectologista, ele reafirmou o tratamento que estava sendo feito, mas prescreveu uma cobertura maior de antibiótico. Isso aconteceu na véspera da morte. Nesse dia, o médico foi informado de todo o histórico de Dante, que incluía diabetes tipo 2 de 15 anos, infecção intestinal crônica e deficiência de IGA, uma imunoglobina que afeta a defesa imunológica do pessoa. O líder tucano fazia uso de medicamentos para manter o nível de glicose controlado.

Todo esse quadro de doenças de base agravou a situação de Dante. Apesar da medicina não saber exatamente o porquê de uma infecção evoluir para a sepse, há quadros clínicos que favorecem a disseminação da infeção, como por exemplo diabetes, cirrose hepática, pessoas transplantadas, ou que fazem uso de medicamentos por muitos anos. São coisas que deprimem a defesa do organismo, baixando a imunidade. "Eu sou infectologista, trabalho muito com doentes graves, já tive caso de paciente com infecção intestinal que desenvolveu sepse e morreu quatro horas depois de chegar ao hospital aparentemente bem", pondera Karhawi. O médico cita que sempre que o paciente tem uma infecção, seja qual for, fica preocupado, mas a grande maioria evolui bem.

No caso de Dante, o infectologista lembra que a angústia foi maior. Primeiro por ser uma pessoa jovem, de aparência saudável. Segundo, por ser uma pessoa pública. O médico aponta que o que impressionou a população foi o fato de Dante ter entrado no hospital andando e conversando com as pessoas, até pedindo voto. Mas o que a maioria não sabe, conforme ele, é que o político já estava com sintomas de cansaço e pálido. "Só olhando não dá para saber como o paciente está, é preciso fazer exames para definir a situação clínica dele", explica. (VCS)





Fonte: A Gazeta

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