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Politica Brasil
Quinta - 13 de Julho de 2006 às 08:32
Por: Valéria Cristina da Silva

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O médico infectologista Abdon Salam Khaled Karhawi, que acompanhou o ex-governador Dante de Oliveira nos seus dois últimos dias de vida, afirma que a doença que matou o líder político precocemente é extremamente agressiva e que, "infelizmente", essa história não teria fim diferente em qualquer hospital do mundo onde ele estivesse. Karhawi afirma categoricamente que Dante teve o melhor tratamento possível, mas que o quadro era mesmo irreversível. Ele entende que isso pode ser incompreensível para a maioria das pessoas, principalmente quando se sabe que o paciente entra no hospital andando e, poucas horas depois, sai morto. O médico lembra, porém, que convive com isso diariamente e que já viu casos como o dele, de morte ainda mais rápida. Karhawi aceitou receber A Gazeta para contar tudo que aconteceu com Dante nos dias em que o atendeu somente depois de devidamente autorizado pela família. Ele argumentou que só poderia ser dessa forma porque, apesar do líder tucano ser um homem público e ter tido uma morte que deixou todos chocados, as informações da doença e sua evolução são coisas pessoais e só dizem respeito à família.

A entrevista com o infectologista só foi possível após a autorização da viúva, deputada federal Thelma de Oliveira, da mãe e dos irmãos de Dante. Até então, o médico não havia falado com qualquer veículo de comunicação.

A doença que matou Dante, conforme o laudo médico, se chama sepse. De nome pouco conhecido, é uma doença agressiva, com alto índice de mortalidade, que nada mais é que uma infecção disseminada. O ponto de partida da sepse é sempre uma infecção, por mais simples que seja. É uma doença ainda pouco explicada pela medicina. Se sabe, por exemplo, que ela surge de uma infecção, mas não se sabe porque isso acontece, ou que fatores na infecção levariam a essa disseminação pelo corpo. No caso específico de Dante, o ponto de partida da sepse foi uma pneumonia, que ao contrário do que se pensa, não foi mal curada. A pneumonia havia sido devidamente tratada, chegando inclusive a mostrar uma regressão da infecção. A sepse, contudo, já havia se espalhado pelo corpo do líder político, atingindo três órgãos vitais, o pulmão, o coração e os rins.

"Essa doença, quando compromete apenas um órgão do corpo já apresenta uma mortalidade acima de 60%. Quando atinge três é praticamente irreversível. Nós tentamos, mas não havia mais o que fazer", lamenta Karhawi.





Fonte: A Gazeta

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