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Politica Brasil
Segunda - 10 de Julho de 2006 às 17:20
Por: Jaime Neto

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Parlamentares integrantes da CPMI dos Sanguessugas estão ouvindo na tarde desta segunda-feira (10), em Cuiabá, a ex-assessora do Ministério da Saúde, Maria da Penha Lino. A oitiva – que acontece em um auditório da Assembléia Legislativa, estava marcada para começar às 14h, mas só teve início 40 minutos depois. O curioso é que, mesmo com o atraso, os parlamentares chegaram antes que a depoente.

Penha solicitou a CPI que seu depoimento fosse a portas fechadas longe do alcance da imprensa. A Comissão decidiu fazer a oitiva em duas partes. Uma, aberta ao público e outra, fechada, onde Penha pudesse abordar questões de ordem pessoal.

Na primeira parte, a ex-assessora se colocou como vítima. Disse que está sendo usada e criticou a forma como vem sendo investigado o caso por parte da Polícia Federal e da Justiça. “Não sei por que estou sendo colocada no centro disso tudo”, disse. Ela é acusada de ser a principal facilitadora da liberação das emendas parlamentares no Ministério da Saúde.

Penha alegou que quando trabalhou na Planam -- empresa que vendia ambulâncias e equipamentos médicos para as prefeituras, entre março de 2004 a março de 2005, realizava apenas trabalho técnico no escritório em Brasília na elaboração de projetos visando incluir a empresa em licitações nas prefeituras. Não quis citar o nome de nenhum deputado ou assessor que porventura tivesse contato.

O vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE) classificou o depoimento de Penha como “suicídio”. Segundo ele, a estratégia usada por Penha de se colocar como vítima vai afundá-la ainda mais. “Ela está na contramão. Enquanto outros integrantes do esquema estão abrindo o jogo ela resolve negar os fatos”.

Jungmann informou que nesta manhã a CPI esteve reunida com o juiz da 2ª Vara Federal de Cuiabá, Jeferson Schneider, que há 10 dias seguidos vem tomando depoimento do sócio-proprietário da empresa Planam, Luiz Antonio Trevisan Vedoin. A justiça concedeu a ele o direito da delação premiada. O depoimento do empresário está sendo mantido sob sigilo.

“Não tive acesso ao depoimento, mas posso afirmar que Luiz Vedoin está entregando tudo. Inclusive nomes de cerca de 70 parlamentares envolvidos e centenas de prefeituras”, declarou Jungmann.

A CPI decidiu não ouvir nesta terça o empresário Luiz Vedoin respeitando um pedido do próprio juiz. No entanto, a Comissão ainda espera colher o depoimento do dono da Planam, Darci Vedoin, pai de Luiz, que está preso na Polinter. Darci teve complicações de saúde e seu depoimento poderá ser feito na presença de um médico ou até não ocorrer.

Jungmann informou ainda que espera apresentar os nomes dos envolvidos até o dia 2 de agosto. Ele confirmou que já notificou os 15 parlamentares que tiveram nomes citados no esquema. Em uma lista que vazou para imprensa apontava os nomes dos deputados mato-grossenses, Pedro Henry (PP), Teté Bezerra (PMDB) e o suplente Lino Rossi (PP).

Estão em Cuiabá o deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), presidente da CPI, o relator, senador Amir Lando (PMDB-RO), o vice-presidente do colegiado, deputado Raul Jungmann (PPS-PE) e os senadores Sibá Machado (PT-AC), Fernando Gabeira (PV-RJ) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). A presidenciável Heloísa Helena (PSOL-AL) não compareceu a sessão da CPI.





Fonte: Midia News

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