Morte de Dante cria novo cenário político
Mesmo apontando falhas do ex-governador, Percival Muniz alega que o ex-líder da agremiação tucana é um referencial na política mato-grossense. A mudança de discurso, segundo ele, terá que ser efetivada para que os candidatos debatam o pragmatismo político que tem marcado as recentes disputas eleitorais.
"Agora, nós temos um novo momento político. É um novo cenário que nos leva a pensar sobre a política que é feita no país e no Estado", avalia Percival, um dos principais apoiadores da campanha à reeleição do governador Blairo Maggi (PPS).
Ex-prefeito de Rondonópolis, Percival avalia ainda que a emenda das Diretas Já! representa um legado para o debate político. Essa herança e as divergências entre governistas e tucanos seriam instrumentos para a discussão.
"O Dante tentou construir algo para outras gerações. Isso tem que ser lembrado sempre. Tivemos diferenças e isso tem que ser debatido algum dia", completa Percival, ao defender que os Estados também discutam as peculiaridades políticas de cada região.
A principal divergência entre governistas e tucanos foi travada na campanha de 2002, quando os dirigentes do PSDB foram acusados de implementar a maior carga tributária do país e operar a "caixa-preta". Esse episódio ficou marcado pela acusação do governador Blairo Maggi de que o governo Dante teria gerado um "rombo" de R$ 1,3 bilhão nos cofres públicos.
A acusação levou os principais aliados de Dante a lembrarem dos ataques no dia da morte do ex-governador. Alegam que o ex-presidente estadual e vice-presidente nacional do PSDB foi injustiçado.
"O Dante é uma referência, mas também ele errou em algumas coisas. Isso fez com que a população, em algum momento, lembrasse mais das coisas ruins", pondera Muniz.
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