Carlos Lessa deixa PMDB após nomeação nos Correios

O ex-presidente do BNDES Carlos Lessa deixou o PMDB e poderá apoiar as candidaturas do senador Marcelo Crivella (PRB) ao Governo do Rio de Janeiro e da senadora Heloísa Helena (Psol) à Presidência. Lessa, que chegou a coordenar o programa de governo de Anthony Garotinho, quando o ex-governador sonhava com a candidatura a presidente pelo PMDB, disse que tomou a decisão de sair do partido quando a executiva peemedebista decidiu não ter candidato próprio.

A gota d'água foi o acordo da ala governista do PMDB com o governo, para nomear a diretoria dos Correios em troca de apoio à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo PT. "Acabou o PMDB. Não sobrou nada moralmente do que havia de Ulysses Guimarães", disse.

Lessa se reúne com Crivella neste fim de semana. O senador, porém, já divulgou ontem que, se for eleito, fará parte de sua equipe. Crivella informou também que o economista já estaria participando da formulação de seu plano de governo.

Um entrave porém pode atrapalhar o acordo entre os dois: a aproximação do senador com o presidente Lula. "Não quero que ele se alinhe ao Lula", frisou o ex-presidente do BNDES. "Primeiro porque o PT tem candidato no Rio, o Vladimir, que é um bom nome. É uma irresponsabilidade política este apoio duplo que o Lula pretende ter no Rio", criticou.

Lessa disse que deverá se reunir com a senadora Heloísa Helena nos próximos dias, para discutir o apoio à candidatura do Psol. "Entre o PT e o PSDB não há nenhuma diferença em termos de política econômica. Eles vão ficar se acusando na campanha sobre quem roubou mais. Isso não traz nada para o Brasil", justificou.

Lessa deixou o governo Lula por ter discordado da política econômica adotada desde o início do mandato.