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Politica Brasil
Sábado - 08 de Julho de 2006 às 06:49

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Ele tinha a capacidade de ouvir as reflexões, embora não tivesse paciência para esperar. Nunca teve paciência, sempre foi uma pessoa agitada, impaciente, Dr. Ulisses [Guimarães] chamava ele de ‘mosquito elétrico’ porque ele se agitava e fazia coisas que ninguém imaginava”. A descrição do ex-governador Dante de Oliveira foi feita pelo amigo e companheiro político, Domingos Leonelli, que, junto com Dante, escreveu o livro “Diretas Já: os 15 anos que abalaram a ditadura”.

Visivelmente abalado com a perda do amigo de mais de 30 anos, Domingo Leonelli lembrou da sua trajetória ao lado de Dante de Oliveira. Juntos desde os tempos do MDB e do Movimento Revolucionário 8 de Abril, a amizade dos dois foi selada com a publicação do livro, lançado em 2004.

“Esse sentido da revolução o Dante nunca perdeu. As coisas que ele fez sempre revolucionaram a política, desde as Diretas Já, a batalha pela prefeitura, pelo Ministério da Reforma Agrária, abrimos juntos as porteiras de alguns latifúndios da Bahia”, destacou.

A amizade dos dois começou em Brasília, na ala jovem do MDB. Desde então, os dois se aproximaram e construíram uma trajetória política em comum.

O apelido de “mosquito elétrico”, foi lembrado com carinho por Leonelli, que não pôde conter as lágrimas diante do acontecimento inesperado. “A política perdeu um pedaço da vida. Uma centelha de vida. Ele sempre foi isso, uma centelha de vida. Tanto na resistência quanto no governo. Acho que é uma centelha que se apaga. A política perde um pedaço da sua vida”, disse.

Ex-deputado federal, Domingos Leonelli é o atual secretário de Economia, Emprego e Renda de Salvador. Apesar de não atuarem no mesmo partido, Leonelli estava no PSB, a amizade e o companheirismo político dos dois foram mantidos ao longo dos anos.

Leonelli compareceu ao velório de Dante de Oliveira, realizado ontem no prédio da Assembléia Legislativa de Mato Grosso, acompanhado da esposa e do deputado federal pela Bahia João Almeida (PSDB). “A importância de Dante na vida pública brasileira é tão grande que a gente não consegue dar os contornos exatos para medir o tamanho da vida. O Dante tinha uma qualidade que poucos políticos tem: uma intuição muito forte”, avaliou Almeida, ao observar que Dante foi o primeiro a levantar no PSDB o nome de Geraldo Alckmin para ser candidato à Presidência da República. (MR)





Fonte: Diario de Cuiabá

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