Ainda criança ganhou apelido de “Magrão”
Quando criança, chamava a atenção por ser mais alto e magricela do que todos de sua idade. Parecia ter mais energia também. “Sempre foi muito elétrico, fazia tudo mais rápido que os outros”, lembrou ontem o colega de infância – e, décadas mais tarde, seu secretário de Planejamento – Guilherme Müller.
Sua formação escolar foi cumprida quase integralmente no Liceu Salesiano São Gonçalo. Nas horas vagas, a presença obrigatória era nas piscinas e campos de futebol do Clube Dom Bosco. “Aquele era o clube da cidade e nosso ponto de encontro desde a infância até a juventude. Não perdíamos as domingueiras dançantes”, lembra.
Na juventude, entre os 15 e 16 anos, fundou um jornal para falar dos assuntos que interessavam à sua turma. Ainda distante das paixões políticas, o recém-nascido Rock and Roll era um dos temas mais freqüentes do “Juventude Brasa”.
Dante, então chamado de Magrão pelos amigos, morou na casa dos pais, na rua Antônio Maria, até 1968, quando mudou-se para o Rio de Janeiro. Na antiga capital federal, concluiu o curso científico e, em seguida, ingressou no curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Lá, em meio às turbulências políticas do período pós-golpe militar, tomou gosto pela militância partidária, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e se tornou participante ativo nas mobilizações estudantis.
“Ele vinha de uma família de políticos. O avô fora prefeito, o pai foi deputado. Então Dante cresceu em um ambiente no qual se respirava política. No Rio de Janeiro, essa vocação natural encontrou um espaço para crescer”, avalia Guilherme.
De volta à capital em 1976, Dante não tardaria a colocar à prova essa inclinação (ver matéria). Uma trajetória política que só seria interrompida, de forma brusca, na noite de ontem. “Foi uma tragédia para os amigos e uma perda para Mato Grosso e o Brasil. Ele estava em sua maturidade. Ainda tinha muito a contribuir”. (RV)
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