Mato Grosso perde um dos seus ícones
Conforme o diretor do hospital, Arilson Costa de Arruda, o ex-governador chegou ao hospital andando, mas com um quadro de agravamento. “Ele já subiu para o quarto de cadeira de rodas”, disse. De acordo com último boletim médico, assinado pelos médicos Abdon Salam Khaled Karhawy, Ronaldo Marcelo Taques e Arilson Arruda, a causa da morte foi “disfunção de múltiplos órgãos e sistemas com choque refratário decorrente de sepse por pneumonia e com agravamento de miocardite, insuficiência renal e diabetes melitus descompensada”.
O senador Antero Paes de Barros afirmou que esteve com Dante há alguns dias e que chegou a fazer uma observação de que ele estava muito pálido. Na quarta-feira, Antero recebeu a informação de que a febre, decorrente da pneumonia, não tinha baixado. “Hoje [ontem] de manhã nós fizemos uma reunião no partido e, quando percebi que nem ele e nem a Thelma apareceram, fiquei preocupado”, relatou o senador, visivelmente transtornado com a notícia da morte do amigo e companheiro político.
“Dante foi um grande político da nossa geração. O maior de todos. Sua maior obra foi a democracia. A emenda das Diretas não foi aprovada, mas o povo elegeu Tancredo Neves. E o mais triste é que ele morreu tão injustiçado”, desabafou Antero.
Tão logo foi informado da morte de Dante, o governador Blairo Maggi foi até o hospital para prestar condolências aos familiares. “Pegou todo mundo de surpresa. Foi uma grande perda para Mato Grosso”, disse Maggi.
O ex-prefeito de Cuiabá, professor Aecim Tocantins, lembrou do início da carreira política construída pelo ex-governador. “Quando Dante começou no PMDB, ele fazia comícios atrás da igreja, em um banquinho de engraxate. Foi aí que ele começou a se projetar politicamente”, contou. “Pena que essa voz tenha se calado. Ele era firme em suas convicções. Mas o mais importante era a sua lealdade com os amigos e com o partido”, acrescentou.
Para o deputado estadual Carlos Carlão Nascimento, único a permanecer no partido depois da derrota do PSDB em 2002, a perda do companheiro político e amigo é irreparável. “Eu entrei na política com ele, fui secretário, fui líder de governo e agora estávamos até preparando uma dobradinha para deputado federal e estadual”, lamentou.
O procurador-geral de Cuiabá, José Antônio Rosa, não encontrou palavras para descrever a perda. “Ele faleceu de uma maneira desoladora”, limitou-se.
Dante de Oliveira deixou viúva a deputada federal Thelma de Oliveira. O quarto entre sete filhos, sendo três homens e quatro mulheres, o ex-governador não deixou filhos.
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