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Cultura
Quinta - 06 de Julho de 2006 às 15:44

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A campanha “Porto que é Porto” de valorização do bairro berço da Cultura Cuiabana, está concorrendo a etapa final do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan/Ministério da Cultura), tendo sido selecionado entre dezenas de projetos na Categoria Divulgação em toda região Centro-Oeste.

O Instituto Usina, organização não-governamental, se faz porta-voz através de uma campanha modesta e visceral para acordar o sentimento cidadão, dando visibilidade ao mais antigo bairro da cidade, sensibilizando os moradores com ações para melhorar a auto-estima , em respeito a geografia e história do lugar, chamando a atenção das autoridades institucionais executivas e parlamentares e estimulando a mudança da imagem do Porto pela mídia espontânea.

A seleção da campanha cuiabana como representente do Centro-Oeste no Prêmio Nacional na categoria Divulgação, o Instituto Usina remete a força do bairro por onde passou e passa todo o desenvolvimento de Mato Grosso, da chegada de pessoas e mercadorias pela navegação do rio Cuiabá ao fornecimento de mercadorias e serviços hoje.

Bairro que possui o mais alto índice da cidade de moradores que são proprietários dos imóveis em que vivem, onde se preserva o rico modo de viver cuiabano na fala, na comida, nos quintais e no relacional, e isso não tem como mensurar. As pessoas que trabalham no bairro abastecem a cidade e todo o Estado, de alimentos, medicamentos, vestuário, agropecuária, serviços automotivos, de saúde, turismo e cultura. E a História está marcada nos grandes prédios e no casario das ruas estreitas onde a cidade nasceu recebendo migrantes do mundo inteiro.

Estratégia - Juntando arte, evento e difusão, a campanha “Porto que é Porto” nasceu do lançamento do livro Porto, peça lítero-fotográfica bilíngüe (português-espanhol) de Luciene Carvalho e Romulo Fraga, em dezembro do ano passado. Com poucos recursos e muitas parcerias, adesivos, flâmulas e camisetas provocaram os moradores. A cidade foi desperta com o lançamento do livro, no Mirante da Prefeitura de Cuiabá, e no Mercado do Porto, entre barracas de frutas, verduras, cereais e peixaria. Declamadores encenaram os poemas acompanhados pelo público que percorreu a feira como uma procissão com a bandeira do Divino, a imagem de São Gonçalo, e siriri e cururu. O bairro também esteve exposto em fotos da exposição Retina Feminina: Quatro Olhares sobre o Porto , com imagens produzidas por mulheres ligadas ao Instituto Usina: a artista plástica e historiadora, Lúcia Picanço, a jornalista Ana Moreira, a designer gráfica Alessandra Darienzo e a produtora Ingrid Gimenez.

A campanha continuou no primeiro semestre deste ano com a realização de três oficinas gratuitas para a comunidade tratando sobre meio ambiente e qualidade de vida. Mais de 80 pessoas receberam instruções do arte-educador cuiabano Vital Siqueira sobre reaproveitamento de materiais que iriam para o lixo e podem ser transformadas em artesanato. Com a proximidade do Carnaval, também foi oportunizada oficina de Maquiagem Artística, trabalhando conceitos de transformação e auto-estima.

Com a seleção regional do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade (Iphan/Ministério da Cultura) o Instituto Usina espera que esta visibilidade retorne na forma de um olhar institucional mais comprometido com a história da população portense e aquela em situação de risco, que mesmo não sendo do Porto, encontrou abrigo na própria vocação acolhedora do bairro.





Fonte: 24 Horas News

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