Alckmin acusa Lula de adotar políticas atrasadas

O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, acusou hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de adotar "políticas atrasadas, movido pelo processo eleitoral". A crítica refere-se à decisão do governo de acelerar nos últimos dias o empenho de recursos do Orçamento da União destinados para investimentos e emendas de parlamentares.

Segundo Alckmin, a prática "não é aceitável" e não se faz mais "esse tipo de política nem no interior do país". "O povo brasileiro vai dar uma resposta muito forte. Nem no interior se faz mais isso, imagina numa eleição nacional. É um tipo de política que deve ser superada", condenou.

O candidato tucano disse não acreditar que o empenho dos recursos fará com que, em troca, prefeitos e parlamentares beneficiados apóiem a campanha do presidente Lula à reeleição. "Não acredito na eficiência desse tipo de ação", reiterou.

Segundo a ONG (Organização Não Governamental) Contas Abertas, somente nos dias 29 e 30 de junho, o governo empenhou R$ 1,9 bilhão para investimentos. Os recursos compromissados no primeiro semestre deste ano superam em 84%, em valores atualizados, o montante comprometido de janeiro a junho de 2002, durante a gestão do ex-presidente Fernando Henrique.

Comparações

Alckmin disse hoje que é "totalmente" diferente do presidente Lula e rechaçou reportagem do jornal "Financial Times" intitulada "Dois dos principais candidatos brasileiros têm muito em comum".

O texto informa que Alckmin e Lula são diferentes na formação, mas têm as mesmas propostas para o país. "Acho que sou totalmente diferente na maneira de governar, nos valores éticos, na visão de mundo, na questão macroeconômica, na política externa", disse o tucano.