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Economia
Quarta - 05 de Julho de 2006 às 11:36
Por: Edilson Almeida

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“O dia que os trilhos chegarem a Mato Grosso, vou me ajoelhar e beijá-lo”. O velho e imortal senador Vicente Emílio Vuolo, o “pai da ferrovia” no Estado, ainda viveu para ver o seu grande sonho – e plataforma de muitas campanhas eleitorais – ser realizado. Político autor da Lei 6.346/76, Vuolo foi ao extremo Sul do Estado, entre Alto Taquari (MT) e Chapadão do Sul (MS) para cumprir a promessa de beijar os trilhos. Porém, 30 anos depois da lei e quase 7 anos após adentrar o Estado, os trilhos pouco avançaram. Fazer o trem chegar a Cuiabá parece um sonho ainda muito distante, quase uma dúvida.

Até porque a história da ferrovia em Mato Grosso é recheada de incertezas. A começar pelo próprio sonho do visionário político mato-grossense. Senador indicado, Vuolo conseguiu a aprovação da lei que estabelece a chegada dos trilhos a Cuiabá em 1976, mas só foi em 1989 que o empreendimento começou a tomar forma. Ou seja: 13 anos depois. Nesse período, foi alvo de muitas chacotas. Em 89, aconteceu a concessão da obra e exploração da ferrovia pela Ferronorte, uma empresa que, ao longo desse tempo se mostrou altamente instável, diante das inúmeras mudanças de controle acionário.

O início das obras se deu em 1992. O principal entrave dizia respeito a construção da Ponte Rodoferroviária sobre o Rio Paraná, ligando Rubinéia (SP) a Aparecida do Taboado, em Mato Grosso do Sul. A obra foi bancada pelo Governo de São Paulo, na época, Orestes Quércia. A Ferronorte era controlada pelo Banco Itamarati, que integrava a holding do Grupo Itamarati, do empresário Olacyr de Moraes. Foram cinco anos para que acontecesse a inauguração. Nesse período, Olacyr perdeu o controle do empreendimento, a partir da capitalização da empresa pela Previ, Funcef e LAIF.

Ainda em 98, aconteceu a formação da Ferropasa, holding controladora da Ferronorte e da Novoeste. No mesmo ano, houve a privatização da malha paulista, tendo sido vencedor o consórcio formado pelos acionistas da Ferronorte e Cia.Vale do Rio Doce, dando origem à Ferroban Ferrovias Bandeirantes S.A. Em 1999, teve inicio as operações da Ferroban. Foi um ano de avanço: foram inaugurados os terminais graneleiros de Chapadão do Sul, em maio, e, posteriormente, em agosto, de Alto Taquari.

Os trilhos estão hoje cravados até a cidade de Alto Taquari. No ano passado, já com o controle da Ferronorte pela Brasil Ferrovias aconteceu um ato a assinatura do Acordo de Investimentos entre os acionistas controladores da Brasil Ferrovias e o BNDES. O ato foi marcado ainda pela cisão da Brasil Ferrovias em dois sistemas: da Brasil Ferrovias, que passou a operar somente o Sistema Bitola Larga da Ferronorte e Ferroban; e da Novoeste Brasil, que opera o Sistema Bitola Métrica da Ferroban e da Novoeste. Esperava-se que houvesse novas sinalizações para a chegada dos trilhos a Cuiabá. Em vão!

Até aqui, passados 30 anos do sonho de Vuolo, poucas coisas são concretas sobre a ferrovia até Cuiabá. Uma delas é que a luta continua, agora capitaneada por um filho do velho político, o vereador Francisco Vuolo, que articulou a criação do Fórum Pró-Ferrovia. Nos últimos encaminhamentos do Fórum, em reunião realizada na Ordem dos Advogados do Brasil, uma conclusão: a necessidade de se fazer o Estudo de Impacto Ambiental e elaborar o Relatório de Impacto Ambietal, o famoso Eia-Rima, no trecho entre Rondonópolis a Cuiabá. Por enquanto, falta verba. Conseqüentemente, faltam perspectivas sobre o futuro dos trilhos até a Capital de Mato Grosso.





Fonte: 24horas news

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