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Politica Brasil
Terça - 04 de Julho de 2006 às 10:09

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O PT pretende registrar amanhã, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um teto entre R$ 70 milhões e R$ 80 milhões, e estima que o gasto real oscile entre R$ 50 milhões e R$ 60 milhões. A crise política, que teve como origem o caixa dois nas campanhas, levará os partidos a optar pelo excesso de cautela --e mais realismo-- na declaração de estimativa de gastos para a eleição presidencial deste ano.

Na eleição de 2002, o gasto da campanha presidencial foi de R$ 39.368.491,95 (referentes a despesas do comitê financeiro nacional e dos gastos do candidato), e o teto declarado foi de R$ 56 milhões.

As estimativas para este ano são refeitas pelos dirigentes petistas com base na inflação acumulada no período, de aproximadamente 39%.

A resolução 22.160 do TSE, de março deste ano, determina que o partido que gastar recursos além do declarado estará sujeito a multa de cinco a dez vezes o valor da quantia em excesso. O candidato, além disso, estaria sujeito a processo por abuso do poder econômico, o que ameaça inclusive a diplomação. Com base nessas novas regras, os partidos decidirão aumentar o rigor na definição do teto.

A direção do PT reúne-se hoje, em Brasília, para definir as últimas estratégias de campanha. O prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior, escolhido como tesoureiro da campanha nacional, participa do encontro. O petista apresentará ao partido um plano de ação para arrecadação no setor privado.

O tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, nega que ficará responsável pela arrecadação e contatos com empresários, enquanto Filippi só coordenaria, de fato, a contabilidade. Ferreira admite que terá uma função na campanha: a de coordenar a logística dos comitês em Brasília e em São Paulo. "Mas quem conversará com doadores é o Filippi", afirmou à Folha.

Viagens de madrugada

O partido discutirá também o cronograma de viagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pois teme que ele tenha pouco tempo para o corpo-a-corpo, caso os eventos fiquem concentrados apenas nos finais de semana. Essa era a idéia inicial para evitar que as agendas de presidente e candidato se misturem. Prevalecendo essa regra, Lula teria apenas 12 finais de semana, ou seja, 24 agendas (contando com sábados e domingos).

Por isso, a cúpula petista quer convencer Lula a viajar em dias de semana, após as 18h. Ele voltaria para Brasília nas madrugadas.

A estratégia seria concentrar as viagens, num primeiro momento, no Sul e Sudeste, as duas regiões em que Lula tem os piores desempenhos eleitorais. A direção partidária considera que os votos do presidente no Nordeste e Norte já estariam consolidados. O PT apostaria na visita de políticos de expressão nacional, como ministros e os próprios candidatos, nessas duas regiões, para manter em alta a popularidade de Lula. Esse cronograma deve prevalecer só até 13 de agosto. Com a campanha na TV, mudam as prioridades e agendas.

Na reunião de hoje, o PT vai analisar todo o mapa nos Estados e passará o último pente-fino nos palanques aliados. Já está decidido que nos Estados em que mais de um candidato apoie o presidente, Lula fará um único evento coletivo. Todos os apoiadores serão convidados a pisar no palanque do presidente-candidato.

O PT também definirá o local de funcionamento do comitê em São Paulo. O partido já definiu que será alugado um imóvel próximo ao aeroporto de Congonhas. Há quatro opções sendo analisadas.

A inauguração dos dois comitês, de São Paulo e de Brasília, só ocorrerá após o dia 15 deste mês. O partido só pode inaugurar os comitês depois de receber as primeiras doações.





Fonte: Folha Online

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