Políticos e militantes usam site de vídeos como tribuna
Na política, porém, a web não é território só dos candidatos. O prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), é um dos mais conectados da categoria. Depois de uma polêmica a respeito do tempo que gastava na internet no horário do expediente, Maia encerrou seu blog e agora distribui textos por e-mail --o que ele mesmo chama "ex-blog".
Ele também faz comentários políticos no YouTube, em uma coluna chamada "Um Minuto com o Prefeito Cesar Maia". "O candidato deve ter dezenas de guerrilheiros virtuais que ficam atirando em redes as mais diversas, com piadas, fotos, vídeos, matérias que se quer multiplicar", disse, por e-mail.
Esse parece ser o caso de Heloísa Helena, cuja coordenação da campanha afirma não ter sido responsável pela iniciativa de colocar dois programas de televisão do PSOL e um discurso da senadora captado em um evento no YouTube.
"A Heloísa tem uma quantidade de apoio espontâneo que é impressionante. Ela tem quase cem comunidades no Orkut", disse Martiniano Cavalcante, coordenador da campanha presidencial do PSOL.
O partido pretende, a partir de 6 de julho, quando será permitida a propaganda eleitoral, reunir esses vídeos e o material que estiver disponível na internet sobre a senadora no site oficial da campanha. E como Heloísa Helena só aceitará doações de pessoas físicas, está sendo estudado no PSOL a criação de uma loja virtual para a arrecadação de fundos.
Pioneiro na utilização da rede com esse fim, o pré-candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos em 2004 Howard Dean mobilizou sua campanha por meio da internet e de seu blog. Ele utilizou a web inclusive para fazer arrecadação de recursos no varejo.
Memória virtual
O professor de Ciência Política da UnB (Universidade de Brasília) Paulo Kramer, no entanto, é cético a respeito do potencial da internet na área de propaganda política no Brasil.
"A internet é um tremendo meio de acesso para que a pessoa possa se aprofundar no que gosta mais, e a internet é um ótimo instrumento para quem não gosta de política ficar ainda mais longe", disse ele.
Também estão no YouTube o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à reeleição, e Geraldo Alckmin, do PSDB. O site diz receber 6 milhões de visitantes por dia.
No caso do presidente Lula, os vídeos são predominantemente negativos, explorando o suposto consumo excessivo de álcool pelo presidente. Há também passagens como uma gravação feita em Pelotas, em 2000, na qual o petista afirma que a cidade era um "pólo exportador de veados".
Sobre o tucano Alckmin, o site traz um vídeo contra sua política de segurança pública no governo do Estado de São Paulo, com quase dez minutos.
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