Ramos Horta assume provisoriamente o Governo do Timor
O porta-voz de Ramos Horta, Chris Santos, explicou à EFE por telefone que o cargo equivale na prática ao de primeiro-ministro interino.
Um grupo de diplomatas que se reuniu neste sábado com Ramos Horta disse à emissora australiana ABC que o ex-ministro tinha recebido o sinal verde de Alkatiri para coordenar o gabinete de ministros até a eleição de um novo primeiro-ministro.
No entanto, Santos respondeu que não há necessidade da aprovação de Alkatiri, porque Ramos Horta já ocupou o cargo no passado, sempre que o então primeiro-ministro viajava para o exterior. "Não há nada novo. Alkatiri está incapacitado e o segundo no Governo assume suas funções", opinou Santos.
Crise Alkatiri está sendo responsabilizado pela atual crise no Timor. Em março, ele exonerou 600 soldados em greve, em manifestação para exigir o fim da discriminação étnica. A demissão provocou uma rebelião dos soldados renegados, conduzindo a episódios de violência que provocaram a morte de pelo menos 30 pessoas e levou 150.000 a fugirem de Díli, a capital timorense, e ainda permanecem, em grande parte, em campos de refugiados e em locais considerados seguros como igrejas e seminários católicos.
Além disso, Alkatiri é acusado de armar um grupo de extermínio para eliminar oponentes políticos.
Cerca de 30 pessoas morreram em enfrentamentos que explodiram nas ruas de Díli após a expulsão dos militares, enquanto gangues de civis armados iniciaram confrontos que inicialmente foram atribuídos às disputas entre as etnias "lorosae" (oriundos do leste do país) e "loromono" (ocidentais).
A crise timorense determinou a intervenção de forças da Austrália, Malásia, Portugal e Nova Zelândia com a missão de frear a escalada de violência.
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