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Internacional
Sábado - 01 de Julho de 2006 às 08:06

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Apesar dos dissabores que tem enfrentado com o programa de ônibus espaciais ("shuttle", nome da nave em inglês), a Nasa (agência espacial americana) se mantém como líder mundial do setor espacial pelo tamanho de seu orçamento, por sua organização e história.

Mas esta superioridade, temem alguns especialistas, é ameaçada pelas ambições crescentes de outras nações, por uma diminuição de competitividade da indústria aeroespacial e pela moderação da pesquisa fundamental americana.

Por isto, a agência terá que fazer frente nos próximos dez anos a muitos desafios importantes. "No curso dos próximos dez anos, a Nasa fará frente a seus maiores desafios tecnológicos e de organização", disse recentemente ao Congresso americano Michael Griffin, administrador da agência.

"A agência deve concluir a Estação Espacial Internacional (ISS), dar um fim ao programa de ônibus espaciais até 2010 e construir seu sucessor, o Veículo Tripulado de Exploração (Crew Exploration Vehicule) até 2014 no mais tardar", informou.

O CEV deverá levar os americanos à Lua a partir de 2018 e, a mais longo prazo, até Marte ou além, segundo as ambições anunciadas em 2004 pelo presidente americano, George W. Bush. Um relatório de 2005, feito por um ex-alto funcionário da agência, George Abbey, e pelo astrofísico Neal Lane, fez eco às inquietações expressas na comunidade espacial americana.

Segundo eles, os Estados Unidos "deveriam impulsionar a competitividade de sua indústria espacial, aumentar a cooperação internacional e se concentrar novamente na pesquisa fundamental para preservar sua primazia no espaço". O rigor dos controles sobre as exportações já representou um golpe à indústria americana de satélites comerciais, considerados armas pelo departamento de Estado, bem como às capacidades dos americanos de conduzir projetos espaciais em colaboração com parceiros internacionais, julgam os especialistas.

As restrições impostas aos vistos depois dos atentados de 11 de Setembro de 2001 desencorajaram fortemente a ida de cientistas estrangeiros aos Estados Unidos. Estes pesquisadores permitiam compensar a redução crescente e inquietante do número de diplomados americanos em ciências, revelaram.

O relatório julgou "irreais" as grandes ambições espaciais de Bush enquanto o orçamento anual da Nasa (16 bilhões de dólares) é mais ou menos constante há 30 anos. A Nasa foi criada em 1958 para alcançar a União Soviética durante a corrida espacial.

Atualmente, mais de 19 mil pessoas trabalham na sede da agência, em Washington, e em seus 10 centros espalhados pelos Estados Unidos, aos quais se somam cerca de 40 mil empregados sob contrato. Entre as bases espaciais mais famosas estão o Centro Kennedy, perto de Cabo Cañaveral (Flórida, sudeste), de onde os ônibus espaciais são lançados, o Centro Johnson, em Houston (Texas, sul), onde fica o Centro de Controle das missões em órbita.

O Laboratório de Jato Propulsão de Pasadena (Califórnia) concebe e acompanha a maior parte das missões robotizadas de exploração para Marte, os cometas ou os confins do sistema solar. Além das missões Apolo para a Lua e da construção da ISS, a Nasa conseguiu realizar uma série de missões científicas espetaculares, como a colocação em órbita e o reparo do Hubble, o primeiro telescópio espacial que revolucionou a astronomia ao permitir restabelecer a alvorada da formação do Universo.

As sondas Pioneer e Voyager também entraram para a História como as primeiras a se aproximar da Lua e dos planetas de nosso sistema solar antes de continuar seu trajeto para o espaço sideral. No início de 2006, a Nasa recuperou na Terra, ao fim de um périplo de 4,63 bilhões de quilômetros, a cápsula Stardust com sua coleta de partículas estelares que poderiam conter os segredos do nascimento do sistema solar.





Fonte: Terra

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