Rodeada pela imensidão, ilha de Capri esbanja luxo e charme
Grandiosa, a baía napolitana vai aos poucos sendo ofuscada pela imponência do monte Vesúvio, que passa a dominar a vista. Cortando as águas calmas do Tirreno, logo se vê o litoral recortado de Sorrento. É lá que se inicia uma das rotas mais belas do planeta, a Costa Amalfitana. Conforme o barco desliza, um conjunto de rochedos suspenso no mar desponta no horizonte.
O colorido do casario quebra o domínio monocromático dos paredões de rocha. Capri se ergue diante do porto, como se 'escalasse' o rochedo acidentado. Na parte alta, casinhas, casarões, palácios, restaurantes e hotéis se acomodam em meio à vegetação.
Se existe um lugar badalado na Itália entre junho e setembro este lugar é a ilha de Capri. Pequenina, mede 6 km de extensão por 2 km de largura -equivale a pouco mais da metade de Fernando de Noronha. Lá vivem cerca de 12 mil moradores, divididos entre suas duas cidades, Capri e Anacapri. Rodeada pelo atrativo verde-esmeralda do Mediterrâneo, a ilha ferve de gente bonita e elegante, lojas descoladas, restaurantes badalados, tudo muito caro; e, o que há de melhor e de graça, belas paisagens.
Dentro de Capri, o tráfego de veículos é restrito. Nas vias de acesso, circulam ônibus e táxis.
O gostoso é andar. Logo quando aporta, o visitante deixa suas malas na Marina Grande, ponto de chegada da maioria, aos cuidados dos carregadores. Não esquente a cabeça, eles as deixarão no seu hotel, localizado na parte alta da cidade. O acesso até lá é feito por funicular (mais uma chance de apreciar a vista).
Lá em cima, o ponto final do bondinho é a Piazza Humberto 1, mais conhecida como Piazzeta, a principal praça de Capri, repleta de cafés e restaurantes --todos caríssimos e turísticos demais- com direito a outro panorama maravilhoso.
A ilhota já foi um pacato reduto de pescadores e agricultores italianos e hoje chega a receber cerca de 2 milhões de visitantes por ano. No século 19, ingleses e alemães se encantaram com os atrativos e a beleza do lugar e provocaram uma reviravolta na vida dos ilhéus. Os pescadores passaram a alugar seus barcos para passeios; os agricultores transformaram suas propriedades em pequenos hotéis.
Domínio de Tibério
Justiça seja feita, Capri sempre exerceu grande fascínio entre os nativos. A ilha teria sido descoberta pelos romanos em 29 a.C., quando Augusto, o primeiro imperador romano, voltava de uma campanha militar no Oriente. Foi amor à primeira vista. Partiu dele a ordem de edificar diversas 'villas', as típicas construções do mediterrâneo, entre elas sua residência de verão.
Seu sucessor, Tibério, chegou a governar o Império Romano da Villa Imperial e ergueu 12 mansões em Capri. Da maior delas, a Villa Jovis, restaram apenas ruínas, que ainda hoje podem ser visitadas.
O requinte e o bom gosto, porém, permanecem. Um cheiro gostoso domina as passarelas. Explica-se: a ilha abriga duas fábricas de perfumes há mais de 600 anos, que aproveitam as flores típicas e do limão e da laranja para extrair suas essências.
Em suas vielas, além do aroma, há uma profusão de butiques de grifes, lojas, ateliês, galerias, mercadinhos de frutas e muita gente chique perambulando.
O vaievém não é só em terra firme. Lanchas, iates e transatlânticos a todo momento rodeiam a ilha ou congestionam a Marina Grande.
Para percorrer a ilha de um lado a outro, o ideal é pegar um microônibus ou optar por uma viagem de barco, com preços que variam de acordo com o trajeto.
Graças à formação calcária, Capri está repleta de grutas. Um passeio concorridíssimo é dar a volta completa pela ilha, o que permite apreciar a beleza de lugares como a Grotta del Bove Marino.
Num dos extremos de Anacapri fica um belo farol, recentemente restaurado, com um espaçoso deque para tomar um banho de mar. Como praticamente não existe areia na orla de Capri, não vá esperando encontrar praias, ao menos no sentido brasileiro do termo.
A vantagem é que não existem ondas, e a água, nesta época do ano, fica numa temperatura agradável e irresistivelmente convidativa. Perfeita para se jogar.
A gruta azul
Do mesmo lado da Marina Grande, mas no sentido oposto, próximo a Anacapri, fica a principal atração da ilha: a Grotta Azzurra (Gruta Azul). Há duas maneiras práticas de chegar até lá: de barco ou de ônibus -quem quiser se aventurar pode ir caminhando, mas o trajeto é bem puxado.
Escavada na rocha pelo mar, a Grotta Azzurra é conhecida desde o Império Romano. O visitante desce do alto do penhasco por uma escada de madeira. No final dos degraus, segue pela água.
Dentro da gruta, um imenso salão esculpido. É pela abertura submersa na parede de rocha que a luz solar entra na caverna, iluminada de baixo para cima. É exatamente a 'filtragem' da claridade solar pelo azul do mar que batiza a gruta, e que lhe confere um tom resplandecente.
Para quem: gosta de mar, mas não pretende ficar estirado na areia, quer ver e ser visto, procura luxo e sofisticação sem se preocupar com o bolso Quando ir: de junho a setembro, a temperatura varia de 26ºC a 29ºC; veranistas endinheirados de toda a Europa lotam a ilha; a partir do final de outubro, muitos hotéis e restaurantes fecham Quem leva: - Beeline Turismo, tel. 3171-1544 ( www.beeline.com.br). A partir de E 382. Sem aéreo. Inclui traslados, uma noite em Sorrente e outra em Capri em apto. duplo com café da manhã, dois jantares, visitas a Nápoles, Pompéia, Sorrento e Capri e à Gruta Azul e tour panorâmico.
- Delfina Tour, tel. 5535-1915 (www.delfinatour.com.br). A partir de E 2.880. Inclui aéreo, traslados, sete noites em apto. duplo, sendo quatro em Capri e três em Amalfi, com café da manhã, visita a Ravelo, Positano e Sorrento, percursos terrestres com motorista falando português ou espanhol, travessias marítimas e seguro-viagem. - STB (Student Travel Bureau), tel. 3038-1555 (www.stb.com.br). A partir de US$ 2.203. Inclui aéreo, traslados, sete noites em apto. duplo, passando por Roma, Nápoles, Pompéia, Amalfi e Capri, passeios e parte das refeições.
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