Pobreza na África acabaria se meio ambiente fosse bem utilizado
"Desde reservas de água fresca a florestas e minerais, apenas uma pequena parte do potencial econômico de recursos naturais do continente está sendo explorada", disse o PNUMA, na segunda edição do relatório "Perspectivas do meio ambiente na África".
O novo diretor-executivo da organização, Achim Steiner, reconheceu, em sua primeira entrevista coletiva, que "o meio ambiente sempre foi um ativo invisível e existem poucos dados econômicos disponíveis", mas afirmou que há exemplos suficientes para mostrar "o gigantesco potencial da África".
"Este relatório contradiz a versão de que a África é pobre. Na realidade, existe uma vasta riqueza natural que poderia ser a base de um renascimento do continente caso seja utilizada de forma sensível e sustentável", disse Steiner.
Charles Sebukeera, do Departamento de Alerta Prévio do PNUMA, que apresentou o relatório, disse que o rio Congo tem potencial para gerar 40 mil megawatts de eletricidade, "o que serviria para iluminar todo o continente e ainda sobraria para exportação".
O relatório do PNUMA alerta que o rápido ritmo de desflorestamento e a degradação do solo apresentam desafios que devem ser abordados com urgência.
"Se as políticas não mudarem, a destruição da riqueza natural da África empurrará ainda mais o continente em direção à pobreza", afirmou.
"O desenvolvimento do continente deve basear-se na premissa de uma melhor gestão e não em olhar os recursos naturais como fontes ilimitadas", acrescentou o diretor-executivo do PNUMA.
Steiner disse que os cuidados com o meio ambiente não devem supor um grande custo, mas a contribuição na economia de gastos relativos a problemas ambientais.
Nascido no Brasil, mas de nacionalidade alemã, Steiner, de 45 anos e, tomou posse como novo diretor-executivo do PNUMA no dia 15 de junho.
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