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Meio Ambiente
Terça - 27 de Junho de 2006 às 13:44

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O fumo passivo, comprovadamente, mata pessoas e a única forma de controlá-lo é proibir totalmente o consumo de cigarros nos locais de trabalho, afirmou nesta terça-feira Richard Carmona, secretário da Saúde dos Estados Unidos.

Em um relatório divulgado com o objetivo de reafirmar a histórica declaração da Secretaria da Saúde do país em 1964 sobre os perigos do cigarro, Carmona apresentou detalhes sobre o fumo passivo e disse que ninguém deveria ser obrigado a inalar a fumaça de cigarros.

"O fumo passivo provoca a morte prematura e doenças em crianças e em adultos que não fumam", disse o relatório. "As crianças transformadas em fumantes passivos expõem-se a um risco maior de ter a síndrome da morte súbita infantil (Sids), infecções respiratórias agudas, problemas auditivos e casos de asma mais sérios", acrescentou.

"Os pais que fumam provocam males respiratórios em seus filhos e retardam o crescimento dos pulmões deles. A exposição dos adultos ao fumo passivo possui efeitos adversos imediatos no sistema cardiovascular e provoca doenças coronárias e câncer de pulmão".

Um relatório de 2005 dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDCs), dos EUA, afirmou que o fumo passivo provocava todos anos, no território norte-americano, a morte de 3.000 pessoas devido ao câncer de pulmão, de 43 mil pessoas, em virtude de doenças cardíacas e de 430 recém-nascidos, devido à Sids. Várias autoridades estaduais e municipais dos EUA tentam proibir o cigarro. Alguns setores, especialmente o de bares e restaurantes, disseram que vão perder clientes se proibirem totalmente o cigarro.

Mas, segundo o relatório, é impossível proteger os não-fumantes nas áreas reservadas para os consumidores de cigarro. O documento da secretaria ainda cita um estudo da Califórnia mostrando que a proibição total não havia diminuído o número de clientes.

"O progresso sustentado rumo a uma sociedade livre da exposição involuntária ao fumo passivo deveria continuar sendo uma prioridade da saúde pública nacional", conclui o relatório.

Ativistas que combatem o fumo ficaram satisfeitos com o conteúdo do documento. "Esse é o relatório mais importante vindo do secretário da Saúde a respeito do cigarro na última década", afirmou Matthew Myers, da Campanha para Crianças Livres do Cigarro.

"Esse relatório coloca fim, de uma vez por todas, a todo o debate científico sobre se a exposição ao fumo passivo é causa de doenças sérias como o câncer de pulmão e os males do coração", afirmou Myers.

Em uma introdução ao relatório, Carmona afirmou que ao menos 60 por cento dos não-fumantes dos EUA apresentavam sinais de exposição ao fumo passivo.

Segundo o relatório, a indústria do tabaco tentou esconder as descobertas científicas sobre a presença da fumaça de cigarro em um ambiente. "Documentos da indústria indicam que a indústria do tabaco adotou práticas que foram além das práticas científicas aceitáveis", disse.





Fonte: Reuters

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