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Politica Brasil
Terça - 27 de Junho de 2006 às 07:50

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O senador Cristovam Buarque (DF), candidato do PDT à Presidência da República, disse nessa segunda-feira (26) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva corre o risco de seguir o mesmo caminho de outros presidentes latino-americanos e atropelar as instituições democráticas num eventual segundo mandato.

As afirmações de Buarque foram feitas no programa Roda Viva, exibido pela TV Cultura no final da noite de segunda. "Se o presidente Lula for reeleito no primeiro turno, com uma votação expressiva e sem maioria no Congresso, a tentação de governar diretamente com a população vai ser muito grande", afirmou Buarque.

Para o candidato, Lula pode atropelar o poder legislativo apelando para plebiscitos ou mesmo para a dissolução do Congresso. "Temo um chavismo, sim", disse Buarque, numa referência ao presidente venezuelano Hugo Chávez.

O programa Roda Viva pretende entrevistar todos os candidatos ao Planalto, com exceção do presidente Lula: primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, Lula se recusou a participar.

Novo ministério

No programa, Buarque disse que sua candidatura pretende ser uma resposta à "mesmice" do debate político protagonizado por PSDB e PT. "Eles discutem quem fez mais ou menos obras, quem foi mais ou menos corrupto, mas não têm um projeto para mudar o Brasil", afirmou.

A educação é a principal bandeira do programa político de Buarque. Ele afirma que pretende criar um novo ministério da Educação, voltado exclusivamente para o ensino fundamental. "A educação básica precisa de um ministério porque crianças e analfabetos não têm sindicatos para lutar por elas", afirmou.

O Ministério da Educação Básica seria criado com a extinção de outros "dez ministeriozinhos" --os quais Buarque se recusou a nomear. No mesmo tema, ele defendeu a federalização do sistema educacional. "Enquanto a educação for municipalizada, não será boa e nem igual para todos", disse.

O senador defendeu o mesmo projeto para a segurança, propondo uma coordenação das polícias estaduais sob comando federal, e até mesmo a transferência de policiais de um Estado para outro, como forma de combater a corrupção.

Buarque admitiu que precisaria fazer várias emendas à Constituição para executar seus projetos. "Se não for para mudar a Constituição, não quero ser presidente. Tem algum presidente que não tenha feito dezenas de reformas na Constituição?", disse.

Entre 1995 e 1998, Buarque governou o Distrito Federal. Em 2002, elegeu-se senador pelo PT. Assumiu o Ministério da Educação em janeiro de 2003 e permaneceu no cargo por um ano. Em setembro de 2005, filiou-se ao PDT.





Fonte: Folha Online

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