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Politica Brasil
Domingo - 25 de Junho de 2006 às 16:11

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A quinta convenção estadual do PSDB foi marcada por fortes críticas ao atual governo Luiz Inácio Lula da Silva. Tanto os candidatos à Presidência da República e ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin e José Serra, quanto o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso destacaram em seus discursos as denúncias de corrupção no atual governo.

A convenção, que foi realizada hoje na Assembléia Legislativa de São Paulo, esteve bastante cheia durante quase todo o dia, sendo marcada por tumulto durante a chegada dos candidatos e do ex-presidente, perto das 13 horas. No percurso dos políticos ao plenário da assembléia, houve empurra-empurra e pessoas chegaram a passar mal.

"A política atual é atrasada porque tem uma visão patrimonialista", disse Alckmin, referindo-se a programas de saúde, educação e de assistência social. "Mas mentira tem perna curta e esse partido que se dizia progressista é atrasado nos sonhos, nos métodos. Seu maior atraso é de natureza política."

José Serra foi na mesma linha, destacando em seu discurso a falta de coerência do governo Lula em relação aos ideais do passado e ao que vem sendo aplicado atualmente. "Nunca vendi esperança para entregar ilusões. Nunca mudei de lado, nem de cara. Dizem que tenho cara feia, mal-humorada, mas tenho uma cara só", enfatizou.

De acordo com o candidato ao governo estadual, o PSDB não adota a política de eliminação do inimigo. "Nós vamos nos defender atacando, mas nossa arma é o voto popular", disse, voltando a ressaltar que rejeita o uso da máquina pública, o desmando, a desonestidade e a corrupção.

Para Serra, do que o Brasil necessita no momento é uma política nacional de desenvolvimento. A intenção do candidato, se chegar ao governo, é a de criar uma agência de desenvolvimento para impulsionar o investimento privado. "O Brasil não pode ser competitivo sem ter um Estado de São Paulo robusto", disse. Ele também propôs um "alívio" nos impostos, como forma de elevar a arrecadação e contribuir para a criação de mais empregos.

Já Fernando Henrique Cardoso utilizou a mesma estratégia de Lula, a comparação dos números dos dois governos, destacando que "não tem medo de ninguém". "O governo atual é marcado pela corrupção, escândalo e por muitos gastos com propaganda", disse. Segundo ele, não é correto o argumento de Lula em relação às denúncias de corrupção e de defender que até que a Justiça dê sua palavra final, todos são iguais. "Eu não, eu não são igual", enfatizou.

Na comparação, o ex-presidente ressaltou a promessa de Lula durante a primeira campanha à Presidência, de criar 10 milhões de empregos. Segundo Fernando Henrique, foram criados apenas 4 milhões e, a maioria, na informalidade. Ele ressaltou que a taxa de 10% do desemprego não foi reduzida.

"E na Saúde?", perguntou, respondendo que nada foi feito além de escândalos e desvio. Fernando Henrique ironizou sobre ninguém saber o nome do atual ministro da Saúde, "nem mesmo o Lula", referindo-se a José Agenor Álvares da Silva.

O ex-presidente comentou ainda que os programas sociais, que apenas aliviam a pobreza, deverão ser mantidos, mas que Alckmin, como presidente, não vai apenas aliviar, mas erradicar a pobreza. "Chega de garganta. O Lula tem garganta. Sabe falar, mas não sabe fazer", finalizou.





Fonte: Agência Estado

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