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Meio Ambiente
Quinta - 22 de Junho de 2006 às 16:10

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Uma nova tecnologia com capacidade de controlar as pragas em produtos de origem vegetal sem alterá-los poderá ser utilizada em breve pelo Brasil. Trata-se da irradiação ionizante, método que consiste em irradiar fontes de energia de elétrons, uma espécie de luz capaz de eliminar as estruturas de pragas, insetos, ácaros, bactérias e até de vírus.

O Ministério da Agricultura promoveu uma reunião para discutir a proposta de Instrução Normativa que vai regulamentar o uso da irradiação ionizante. Participaram do encontro representantes do Conselho Nacional de Energia Nuclear (Cenen), do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) e pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP).

O coordenador da fiscalização do trânsito de vegetais do ministério, Fernando Costa, disse que o método será utilizado como "tratamento fitossanitário para fins quarentenários", ou seja, apenas para a eliminação de pragas que possam causar danos aos produtos exportados e importados. Caso seja aprovada, a irradiação será usada nas operações de comércio exterior realizadas nos portos e aeroportos do país.

"Esse tratamento é um mecanismo eficaz que o governo tem de evitar a entrada de pragas no país. Nós já temos aqui outros tratamentos e outros mecanismos que fazem o retardamento ou impedem a disseminação das pragas entre as unidades da federação", disse Costa. Ele explica que cada fruta e cada praga utilizam dosagens diferentes de irradiação. O método mata a praga ou a deixa estéril, ou seja, sem a capacidade de se reproduzir.

De acordo com o coordenador, diversos países utilizam o método para controlar as pragas em vegetais. A vantagem, segundo ele, é que a irradiação não deixa resíduos no produto, caso seja usada nas dosagens recomendadas. O mesmo não acontece quando são utilizados agrotóxicos, por exemplo.

O benefício tem um preço elevado: a tecnologia costuma ser cara, pois necessita de equipamentos modernos e também de pessoas treinadas para efetuar o controle de segurança do processo. "É realmente uma tecnologia avançada para o Brasil e vai requerer que haja desenvolvimento tecnológico das pessoas que lidam com isso", diz Costa.

Segundo ele, a nova tecnologia criará espaço para o Brasil ter acesso a novos mercados, principalmente de frutas frescas. Uma das frutas que poderão se beneficiar com o processo é a manga. Costa afirma que, somente em 2005 o Brasil exportou 115 mil toneladas da fruta para o mercado internacional, o que rendeu ao país US$ 76 milhões.





Fonte: Agência Brasil

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