EUA estimam 75% mais emissões mundiais de CO2 até 2030
As emissões globais de CO2 atingirão 43,7 bilhões de toneladas em 2030, contra 25 bilhões em 2003, afirmou em seu relatório anual a Administração de Informação de Energia (AIE), o braço de estatísticas do Departamento de Energia dos Estados Unidos.
Até 2025, as emissões globais de CO2 podem atingir 40,05 bilhões de toneladas por ano, um aumento de 0,03 por cento em relação à previsão divulgada no ano passado, disse a AIE.
A maior parte da comunidade científica acredita que o acúmulo dos chamados gases-estufa, como o CO2, é responsável pela elevação das temperaturas mundiais, podendo causar alterações climáticas catastróficas como ondas de calor, tempestades mais intensas e o degelo de áreas polares, que elevaria o nível do mar em até um metro até 2100.
Os seres humanos respondem por boa parte do acúmulo de CO2, pela queima de combustíveis fósseis como petróleo, gás e carvão. A AIE disse que a combustão de carvão, que vem crescendo nos EUA, Índia e China, pode superar o petróleo como maior fonte fóssil de emissão de CO2 entre 2015 e 2030.
A previsão não levou em conta os potenciais efeitos de leis já existentes ou propostas, regulamentações ou padrões, como o Protocolo de Kyoto, pacto internacional para a redução das emissões.
"O protocolo não determina obrigações para os signatários para além de 2012, o que torna impossível avaliar seu impacto nas... emissões de dióxido de carbono até 2030, no contexto de uma projeção de referência", disse a AIE em sua previsão.
O Protocolo de Kyoto, que entrou em vigor no ano passado, exige que 35 países ricos reduzam, entre 2008 e 2012, as emissões dos gases-estufa para uma média anual, cerca de 5 por cento abaixo dos níveis de 1990. Os signatários do acordo concordaram em estabelecer tetos mais rigorosos na segunda fase do plano, mas nenhum cronograma concreto foi estabelecido. Os EUA não ratificaram o pacto.
O relatório disse que, em quatro anos, as emissões de CO2 nos países da Ásia que estão em rápido desenvolvimento, como China e Índia, superarão as da América do Norte.
Em 2003, as emissões da América do Norte, região bem menos populosa que a dos países em desenvolvimento da Ásia, eram cerca de 12 por cento maiores em relação aos países asiáticos, disse a AIE.
Em 2010, isso deve mudar. Os países asiáticos em desenvolvimento devem emitir cerca de 21 por cento mais gases-estufa que a América do Norte, afirmou o relatório.
Enquanto na América do Norte as emissões crescerão em média 1,3 por cento ao ano até 2030, nos países asiáticos em desenvolvimento esse crescimento deve ser de 3,6 por cento ao ano, descreveu o documento.
Os EUA são o maior emissor de gases-estufa. As emissões totais norte-americanas aumentaram 15,8 por cento entre 1990 e 2004, de acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos EUA.
Na Rússia e no Leste Europeu, os níveis de emissões só voltarão a alcançar os patamares de 1990 depois de 2025, conforme a AIE.
Nos países desenvolvidos da Ásia, as emissões de CO2 crescerão em média 0,9 por cento ao ano entre 2003 e 2030, enquanto os países europeus da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) acumularão um aumento médio de 0,7 por cento ao ano, segundo o estudo.
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