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Esportes
Sábado - 02 de Fevereiro de 2013 às 19:33
Por: David Abramvezt

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No mês em que completa o seu primeiro ano na presidência do Corinthians, Mário Gobbi pode se gabar pelo fato de já ser o único presidente da história do clube a ganhar o sonhado título da Libertadores. Isso sem falar na conquista incontestável do bicampeonato mundial, em dezembro, no Japão. Mesmo diante de tais glórias, Gobbi não muda o seu polêmico discurso da temporada passada e trata com um certo desdém a chance de o Timão ser bicampeão da Libertadores nesta temporada.
 
Em 2012, o mandatário alvinegro chegou a dizer que o Brasileirão e até o Campeonato Paulista eram maiores e mais relevantes do que a Libertadores. Agora, Gobbi despreza a possibilidade de um segundo título consecutivo da disputa que, para o Corinthians, começará no próximo dia 20, em partida contra o San Jose, em Oruro, na Bolívia.
 
"Já conquistamos o título inédito no ano passado e o bicampeonato não é tão importante quanto o primeiro. É muito mais difícil defender o título do que conquistar a primeira vez, o mundo não vai acabar se não formos campeões novamente. Temos que pensar em ganhar também o Paulista, o Brasileiro, a Copa do Brasil e a Recopa. Eles têm a mesma importância", afirmou Gobbi.
 
Talvez em uma tentativa de tirar a pressão sobre as costas do seus subordinados, Gobbi prevê um ano duro para o Corinthians. Mesmo ele tendo mantido o elenco campeão mundial e gastado 22,3 milhões de euros (cerca de R$ 61 milhões) para contratar três reforços: Alexandre Pato, Renato Augusto e Gil. Só para tirar o primeiro do Milan, o Timão desembolsou 15 milhões de euros (cerca de R$ 40,6 milhões).
 
"Eu prevejo um ano extremamente difícil, disputado. Não dá para prometer títulos. Ou dizer que temos o melhor elenco do Brasil, mas ele satisfaz os nossos anseios e desejos", afirmou o presidente corintiano.

Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, Mário Gobbi também falou sobre o impacto que a contratação de Pato causará, comentou a respeito da manutenção do elenco corintiano e propôs uma união entre os clubes para baixar o preço dos ingressos. Entre outros assuntos, como o Itaquerão, aquilo que deixou o cartola mais empolgado foi a construção do CT das categorias de base do Corinthians, ao lado do CT Joaquim Grava. Gobbi considera essa obra a maior prioridade de sua gestão de dois anos, que terminará no fim de 2014.
 
UOL Esporte: Você conseguiu manter o elenco do Corinthians mesmo com a valorização obtida pela conquista do Mundial. E ainda contratou Alexandre Pato, Renato Augusto e Gil, além de segurar o Paulinho, que quase foi negociado com a Inter de Milão. Será inevitável perder ao menos o Paulinho no meio do ano?
 
Mário Gobbi: Nós firmamos um planejamento de que até o último jogo da Libertadores ninguém sairá do grupo. Em julho, nós vamos receber propostas e ver como elas serão. Se algum jogador quiser sair, nós vamos conversar e avaliar o que fazer. Mas precisa ter proposta que seja boa para o Corinthians. Esse namoro da Inter de Milão com o Paulinho já tem mais de um ano. O Guerrero não teve propostas, ao contrário do que divulgaram. O Corinthians hoje é um clube que compra mais do que vende. Conseguimos ótimos patrocinadores e temos uma grande fonte de renda, não precisamos ficar vendendo nossos jogadores para sanar as contas. Trouxemos três reforços. E, se eu estou gastando para comprar, não vou vender. Só perdemos o Martinez, porque ele não se adequava ao espírito do Corinthians, pensava antes na seleção argentina e não no Corinthians. E não perdemos um centavo com a saída dele. E também saiu o (zagueiro) Wallace para o Flamengo, que foi logo substituído com o Gil, que tem até um nível maior.
 
UOL Esporte: O Alexandre Pato vai fazer a estreia dele no próximo domingo. Diante do histórico de lesões do jogador, você fica aliviado com o fato dele já poder jogar pelo Corinthians pouco mais de 20 dias após ser apresentado? Você confia no sucesso do Pato no clube e no retorno do grande investimento?
 
Mário Gobbi: Eu não sinto alívio por ele estar pronto para jogar. Eu não tinha nenhuma dúvida de que ele estaria em condições rapidamente. Toda a equipe de profissionais do Corinthians nos deu todas as garantias de que ele está na plenitude do seu potencial e, por isso, nós o contratamos. Eu estou muito entusiasmado com o profissional e a pessoa Alexandre Pato. Tinha que ser um jovem, não poderíamos investir tanto num jogar em final de carreira. Ele pode jogar tudo que sabe, explodir e dar retorno dentro de campo e também retorno financeiro. Eu já soube que a camisa dele é a que está mais vendendo.
 
UOL Esporte: O Corinthians é o grande favorito ao título da Libertadores? É mais fácil ser bicampeão do que conquistar pela primeira vez? Já planeja ser um presidente bicampeão da Libertadores?
 
Mário Gobbi: Já conquistamos o título inédito no ano passado e o bicampeonato não é tão importante quanto o primeiro. É muito mais difícil defender o título do que conquistar a primeira vez, o mundo não vai acabar se não formos campeões novamente. Temos que pensar em ganhar também o Paulista, o Brasileiro, a Copa do Brasil e a Recopa. Eu prevejo um ano extremamente difícil, disputado. Não dá para prometer títulos ou dizer que temos o melhor elenco dentre todos os clubes do Brasil, mas o nosso elenco satisfaz os nossos anseios e desejos.
 

Mário Gobbi confessa ao "Papo Reto" que ficou frustrado com passagem de Adriano pelo Corinthians

      No programa "Papo Reto com Neto" desta semana, Mário Gobbi desabafou sobre o desempenho de Adriano no Corinthians. Atacante ficou um ano no clube e fez só oito jogos como titular.
 



UOL Esporte: Como está a construção do CT das categorias de base? O objetivo principal dele será revelar jogadores para faturar com negociações para o exterior?

Mário Gobbi: A minha prioridade até o fim do mandato será a construção do CT das categorias de base. Esse é o foco. A terraplanagem está pronta e já contratamos a construção de quatro campos. Isso começará em 30 dias e, na sequência, vai começar a construção de alojamentos. Logo, nós poderemos tirar todos os jovens dos alojamentos em Guarulhos e colocar no CT, anexo ao CT do profissional. Nós conseguimos a aprovação da Lei de Incentivo ao Esporte na semana passada e isso nos ajudará financeiramente (com R$ 41,2 milhões). Quero deixar o mandato, em novembro do ano que vem, com boa parte do CT pronto. A prioridade é formar jogadores e não precisar comprar mais para o profissional. A base é para revelar jogadores e não só para ganhar títulos. O mais importante é revelar e sem pensar em vender depois. Se vai vender, será em um momento que o clube enxergar como algo positivo.
 
UOL Esporte: O Itaquerão vai ficar pronto em dezembro? Como está a relação entre o Corinthians e a Odebrecht, construtora do estádio?
 
Mário Gobbi: Eu passei o comando da obra ao Andrés Sanchez (presidente a quem Mário sucedeu). Ele é o pai do estádio. Quem já construiu uma casa sabe o quão difícil é. É uma enxurrada de burocracias. Mas a Odebrecht e Corinthians são parceiros. Estamos no mesmo barco e tudo vai sair conforme o planejado. O estádio já está 62% pronto e será entregue em dezembro. E quero falar que nunca se cogitou passar a gestão do estádio para nenhuma empresa. A gestão será sempre do Corinthians.
 
UOL Esporte: Antes da partida contra o Mogi Mirim, na última quarta-feira, a torcida do Corinthians fez um protesto contra o preço dos ingressos. A entrada mais barata custa R$ 40. É possível mudar isso?
 
Mário Gobbi: Nós (do Corinthians) não subimos o preço do ingresso (no programa Fiel Torcedor) há três anos e não vamos subir. Mas se a Federação Paulista de Futebol (FPF) e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) têm as decisões delas, não cabe ao Corinthians questionar para si próprio. Se a maioria dos clubes pleitear a diminuição do preço estipulado pelo regulamento, talvez tenhamos sucesso. Não tem a menor chance de mudar se depender só de um clube. O Corinthians não entrará sozinho nessa briga para baixar o preço dos ingressos.





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