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Cultura
Sexta - 16 de Junho de 2006 às 17:25

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O local onde foi assassinado o ex-presidente de Mato Grosso, Antônio Paes de Barros, o Totó Paes, será transformado em um memorial. O monumento será inaugurado no dia 6 de julho, data de 100 anos da morte do líder político, morto a mando de Generoso Ponce, que o derrotou na sangrenta Revolução de 1906. A obra fica no Centro de Instrução Marechal Rondon, pertencente ao Exército Brasileiro, na rodovia para Chapada dos Guimarães.

Na verdade, trata-se da recuperação e revitalização de um velho túmulo simbólico que fica na área do Exército, onde funcionava até o início do século passado uma indústria de munições, a chamada “Antiga Fábrica de Pólvora”, construída na época da Guerra do Paraguai.

Foi lá que Totó Paes se refugiou junto com mais três partidários, depois de ter sido derrotado em Cuiabá, na última batalha da Revolução de 1906. Escondido numa gruta na beira de um dos córregos afluentes do Coxipó do Ouro, Totó foi capturado e levado cerca de 100 metros adiante, onde foi fuzilado por Joaquim Suplício Cerqueira Caldas.

Naquele dia, 6 de julho de 1906, seu corpo foi sepultado ali mesmo. Mais tarde, em 1907, os restos mortais foram retirados e enviados ao Rio de Janeiro, onde sua família passou a viver exilada. Este ano, quando completa o centenário de sua morte, o corpo será trazido para Mato Grosso. O traslado faz parte da série de homenagens que acontecerá na primeira semana de julho.

Uma comissão organizada pelo Governo de Mato Grosso e formada por representantes do Exército Brasileiro, Federação das Indústrias, prefeituras de Cuiabá, Barão de Melgaço, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso e Instituto Itaicy está preparando as homenagens.

Na última terça-feira, uma caravana comandada pelo general Carlos Alberto dos Santos Cruz, comandante da 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, visitou o local onde Totó Paes foi fuzilado. Além do general e outros oficiais do Exército, compunham o grupo familiares de Totó Paes – os irmãos Oriana e Marcos Vinícius Paes de Barros, sobrinhos-netos; Lais Maria Paes de Barros e Antonio Paes de Barros Neto, bisnetos; e Carla Fernanda Raffa –; o historiador e secretário adjunto da Casa Civil, Paulo Pitaluga, Aníbal Alencastro e Amorezio de Oliveira Sobrinho; e o secretário de Estado de Cultura, João Carlos Vicente Ferreira, entre outros.

Totó Paes presidiu Mato Grosso de 1903 a 1906, quando no dia 6 de julho, foi morto por integrantes da milícia de Generoso Ponce, contra quem combateu na chamada Revolução de 1906. “Foi um dos episódios mais lamentáveis e vergonhosos”, afirma o historiador Paulo Pitaluga Costa e Silva, secretário-adjunto da Casa Civil, que, junto com o secretário de Estado de Cultura, João Carlos Vicente Ferreira, coordenou a reunião desta sexta-feira.

Pecuarista, industrial, político e empreendedor, Totó Paes foi considerado o “pai da indústria” de Mato Grosso. Entre seus feitos de empreendedor, criou em 1896 a famosa Usina de Itaicy, uma ousada construção com tecnologia e equipamentos importados da Alemanha. Ali, além da poderosa produção de açúcar e álcool, Itaicy ficou famosa por sua estrutura social, econômica (tinha moeda própria) e cultural, revolucionou inclusive a relação patrão/empregados, outra ousadia para a época. Foi lá também que se instalou a primeira rede de energia elétrica de Mato Grosso e uma das primeiras do País.

“Resgatar a memória de Totó Paes é resgatar um importante página da história de Mato Grosso”, destacou o secretário de Cultura, João Carlos Vicente Ferreira. Ele lembra ainda que a atual geração e as gerações futuras têm o direito de conhecer todas as versões da história, inclusive a dos vencidos. “Totó Paes fez muito pelo desenvolvimento de Mato Grosso e sua memória não pode ser apagada apenas porque perdeu uma guerra. Ele morreu lutando por seus ideais”, complementou.

A Revolução de 1906, relata João Carlos Vicente Ferreira, em sua “Enciclopédia Ilustrada de Mato Grosso”, foi iniciada, em maio daquele ano, por Ponce em Corumbá. “Bem armados, os comandados de Ponce foram tomando cidade por cidade até efetuarem finalmente o cerco a Cuiabá. Para evitar um maior derramamento de sangue, Totó Paes deixou Cuiabá, refugiando-se na Fábrica de Pólvora do Coxipó, onde foi covardemente fuzilado”, relata.

Homenagens

A visita teve como objetivo conhecer o local e organizar a homenagem. O memorial será um monumento simples. Será reformado o túmulo simbólico e a pequena área no entorno, hoje protegida por uma cerca de arame. Depois será instalada uma placa alusiva ao episódio e, futuramente, à construção de um mausoléu.

Outras homenagens que estão sendo organizadas são: a reedição da obras do ex-presidente (na época o mandatário do Estado era assim denominado); cunhagem de 200 moedas da usina, nos três valores conhecidos, para distribuição aos participantes das homenagens; exposição fotográfica e de documentos sobre Totó Paes e a Usina de Itaicy; instituição da Medalha Antonio Paes de Barros pela Fiemt às personalidades que se destacarem em prol do desenvolvimento industrial de Mato Grosso; e a denominação de avenidas em Santo Antonio de Leverger e Cuiabá (surgiu a sugestão de a avenida das Torres ser denominada Totó Paes), entre outras.

Últimos passos

Totó Paes presidiu Mato Grosso de 1903 a 1906, quando no dia 6 de julho, foi morto por integrantes da milícia de Generoso Ponce, contra quem combateu na chamada Revolução de 1906. A caravana percorreu o local por onde ele deus seus últimos passos. “Seu assassinato foi um dos episódios mais lamentáveis e vergonhosos”, afirma o historiador Paulo Pitaluga Costa e Silva, secretário-adjunto da Casa Civil, que, junto com o secretário de Estado de Cultura, João Carlos Vicente Ferreira, coordenou a reunião desta sexta-feira.

Pecuarista, industrial, político e empreendedor, Totó Paes foi considerado o “pai da indústria” de Mato Grosso. Entre seus feitos de empreendedor, criou em 1896 a famosa Usina de Itaicy, uma ousada construção com tecnologia e equipamentos importados da Alemanha. Ali, além da poderosa produção de açúcar e álcool, Itaicy ficou famosa por sua estrutura social, econômica (tinha moeda própria) e cultural, revolucionou inclusive a relação patrão/empregados, outra ousadia para a época. Foi lá também que se instalou a primeira rede de energia elétrica de Mato Grosso e uma das primeiras do País.

“Resgatar a memória de Totó Paes é resgatar um importante página da história de Mato Grosso”, destacou o secretário de Cultura, João Carlos Vicente Ferreira. Ele lembra ainda que a atual geração e as gerações futuras têm o direito de conhecer todas as versões da história, inclusive a dos vencidos. “Totó Paes fez muito pelo desenvolvimento de Mato Grosso e sua memória não pode ser apagada apenas porque perdeu uma guerra. Ele morreu lutando por seus ideais”, complementou.

A Revolução de 1906, relata João Carlos Vicente Ferreira, em sua “Enciclopédia Ilustrada de Mato Grosso”, foi iniciada, em maio daquele ano, por Ponce em Corumbá. “Bem armados, os comandados de Ponce foram tomando cidade por cidade até efetuarem finalmente o cerco a Cuiabá. Para evitar um maior derramamento de sangue, Totó Paes deixou Cuiabá, refugiando-se na Fábrica de Pólvora do Coxipó, onde foi covardemente fuzilado”, relata.





Fonte: 24Horas News

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