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Politica Brasil
Sexta - 16 de Junho de 2006 às 16:49

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A professora Neide de Lima chegou cedo ao Varadouro, em Olinda, para pegar um bom lugar em meio à platéia que se aproximava para assistir ao discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na manhã desta sexta-feira. "Esta será a última oportunidade de ver Lula antes de sua reeleição", dizia, convicta. E foi essa euforia e clima de total apoio que marcou a passagem do presidente por Pernambuco.

Lula veio anunciar a liberação de R$ 74,9 milhões do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS) para seis municípios pernambucanos, através da Caixa. Cerca de 5,5 mil famílias deverão ser beneficiadas com a recuperação das áreas e a transferência de moradores das palafitas para casas com saneamento básico e luz.

Logo ao chegar em Olinda, por volta das 10h30, Lula adentrou nas favelas V-8 e V-9 - comunidades que receberão a verba ao lado de outras 11 -, visitou três casas e conversou com locais. Ao subir no palanque, dividiu espaço com o ministro das Cidades, Marcio Fortes, da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e da Previdência Social, Nelson Machado, assim como a presidente da Caixa, Maria Coelho. Também estavam presentes os prefeitos das cidades parceiras - João Paulo (Recife), Luciana Santos (Olinda), João Ribeiro de Lemos (Camaragibe), Newton Carneiro (Jaboatão), Yves Ribeiro (Paulista) e Enoelino Magalhães (Palmares), além de deputados federais como Fernando Ferro, Inocêncio Oliveira e Maurício Rands, e ainda os pré-candidatos ao governo Humberto Costa (PT) e Eduardo Campos (PSB).

DISCURSO - Durante todo seu discurso, Lula recebeu apoio do público, que carregava faixas e soltava gritos de força. "Acho que de todas as condições de moradia, a pior é a das palafitas. Só quem sabe é que pode cuidar com um pouco mais de carinho", disse o presidente após citar sua infância como exemplo, quando "não foram poucas as noites que acordei para tirar minha mãe de casa, com a água saindo pelas janelas", lembrou.

Lula fez questão de citar as obras semelhantes feitas em Brasília Teimosa ("falta muito, mas que ela ficou bonita pra porrete, ficou") e pediu ao ministro das Cidades que fiscalize de perto as obras: "Marcio, acompanhe as construções como se fosse a casa da tua mãe que tivesse sendo feita", brincou. Ainda achou espaço para alfinetar os ex-presidentes, dizendo que "político não gosta de gastar dinheiro com tubo embaixo da terra porque não dá pra colocar o nome da mãe. Prefere construir ponte".

Já no fim do discurso, como era de se esperar, entrou em clima eleitoreiro. Disse que para os políticos que vivem transmitindo ódio, inveja e preconceito, ele não dedicaria nem um minuto de seu tempo. "Eles pensam: estamos governando o País e não conseguimos fazer o que este metalúrgico está fazendo. Isso porque o metalúrgico tem uma coisa que eles não têm - caráter". Fechando sua passagem pelo Estado, ainda soltou: "Eles torcem para que a gente fique nervoso e faça jogo rasteiro. Onde eles estão? Eu estou aqui, no meio de vocês".





Fonte: UOL

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