Três frentes já investigam o esquema
Ontem, o presidente do Senado, Renan Calheiros, leu o requerimento de criação da CPMI para investigar o caso.
A operação desencadeada pela PF abriu mais de 140 inquéritos sobre 76 municípios, envolvendo mais de mil ambulâncias, que custavam em média R$ 100 mil. O esquema tinha integrantes que atuavam em prefeituras, no Ministério da Saúde e dentro do Congresso Nacional. A Câmara dos Deputados chegou a instalar uma comissão de sindicância na Corregedoria da Casa, mas, depois de um acordo entre os presidentes do Senado e da Câmara e o procurador-geral da República, as investigações vão aguardar os trabalhos do MPF.
O relatório da Justiça Federal que foi enviado ao Congresso citava o nome de 65 parlamentares, sendo um senador, 62 deputados, o ex-deputado Rovinon Santiago e um suplente. Nenhum envolvimento havia sido comprovado pelas investigações anteriormente. Lideranças do PV, PPS, e Psol protocolaram um primeiro pedido de CPI para investigar o tema, mas o presidente do Senado pediu um novo requerimento ao alegar problemas formais com as assinaturas. Com o novo pedido, Renan se reuniu com os líderes para discutir a CPI. A decisão da maioria foi apoiar a criação da comissão.
O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, pediu a abertura de inquéritos no Supremo contra 15 parlamentares suspeitos de envolvimento na Operação Sanguessuga. De acordo com nota do MP, Fernando Souza identificou indícios da participação desses parlamentares em crimes de fraudes em processos licitatórios, corrupção, tráfico de influência e lavagem de dinheiro. Na semana passada, o ministro do STF Gilmar Mendes autorizou o pedido do procurador-geral. Todos os parlamentares e outras pessoas citadas como intermediadores do esquema precisam depor. Os 15 inquéritos estão sob segredo de justiça para garantir a eficácia das investigação.
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