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Politica Brasil
Terça - 13 de Junho de 2006 às 07:27
Por: Marcy Monteiro Neto

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O ex-senador Carlos Bezerra (PMDB) apresentou a defesa ao juiz Jeferson Schneider, da 2ª Vara Federal de Mato Grosso, sobre a acusação de que ele participou do esquema para a compra de ambulâncias superfaturadas com recursos do orçamento da União. Bezerra pretende, com a defesa, evitar que o magistrado acolha a denúncia protocolada pelo Ministério Público Federal contra ele com relação à Operação Sanguessuga.

A denúncia aponta o ex-senador como um dos articuladores políticos do esquema da máfia das ambulâncias. Ele teria recebido propina para apresentar emendas destinadas à compra de ambulâncias. No entanto, Bezerra nega qualquer envolvimento com o caso. Ele até juntou os documentos necessários para comprovar que não participou do golpe contra os cofres públicos. “Essa denúncia é pura maldade”, desabafou à Folha do Estado.

MP

De acordo com o Ministério Público Federal, Bezerra teria recebido dois cheques da empresa Planam, apontada como o quartel-general do esquema. Um dos cheques seria no valor de R$ 10 mil e, o outro, de R$ 12 mil. O ex-senador explica que, nos documentos da Planam, consta que os cheques pagos a ele teriam sido repassados a um suposto assessor chamado Marco Antônio Lopes. “Nunca vi essa pessoa. Não sei quem é”, frisou o líder do PMDB. Bezerra apresentou à reportagem uma declaração do Senado afirmando que Marco Antônio Lopes não trabalhou no gabinete dele no período de 1995 a 2003, quando era senador da República.

Sem emendas

Carlos Bezerra alega que as emendas propostas por ele não têm qualquer relação com a aquisição de ambulâncias. Segundo ele, as duas emendas apontadas na denúncia não foram atendidas pela Planam. “Nunca apresentei emendas para a compra de ambulâncias. Uma emenda é para fazer o saneamento básico na localidade de Povoado do Leste, em Poxoréo. A outra é para a ampliação do sistema de esgotamento sanitário de Barra do Bugres”, explicou.

Ex-senador vê mo motivação política

O ex-senador Carlos Bezerra (PMDB) acredita que a denúncia feita contra si e a esposa dele, deputada federal Teté Bezerra (PMDB), tem motivações políticas. O líder do PMDB frisa que irá representar criminalmente contra os responsáveis pela denúncia. No entanto, ele não revela que motivações políticas seriam essas e se o responsável seria o procurador da República Mário Lúcio Avelar ou o delegado Tardeli Boaventura, da Polícia Federal.

Bezerra lembrou que outros parlamentares foram citados na Operação Sanguessuga e depois ficou constatado que não havia participação deles no esquema. “Citaram a senadora Serys [Marli] e o deputado Ricarte [de Freitas]. A Serys nem era senadora na época e comprovaram que a voz na fita não era do Ricarte, mas do deputado Lino Rossi”, declarou.

O nome de Carlos Bezerra foi incluído na lista de 81 pessoas denunciadas pelo MPF por suposta ligação com o esquema de compra superfaturada de ambulâncias com recursos liberados por emendas feitas ao orçamento da União. A Justiça já acatou a denúncia contra pelo menos 20 pessoas.





Fonte: Folha do Estado

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