Decisão do TSE complica mais uma vez o cenário político em MT
“O partido livre pode se coligar com quem quiser. Mas não pode se coligar com partido coligado para a eleição presidencial”, explicou o presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Melo, durante o julgamento ontem.
“Essa decisão vai dar pano para manga”, avaliou nesta manhã ao MidiaNews, por telefone, o senador Jonas Pinheiro (PFL) que se encontra em Brasília. Indagado sobre a hipótese do PPS nacional não declarar apoio oficial ao tucano Geraldo Alckmin (PSDB), Jonas respondeu: “Aí complica a situação”. Neste caso, o PFL em Mato Grosso estaria obrigado a compor com o PSDB ou lançar candidato próprio ao governo se afastando de uma composição dada como certa até ontem com o PPS do governador Blairo Maggi. “O TSE está legislando em pleno período de campanha política”, reclamou o senador.
"Fomos surpreendidos pelo TSE. Temos que rever os encaminhamentos. Essa decisão não foi boa para gente", disse nesta manhã o presidente regional do PPS, Percival Muniz. Ele que integra a Executiva nacional do partido, informou que a tendência no plano nacional é deixar a sigla livre.
Neste cenário, o PPS planeja o apoio do PP, PTB, PDT, PV, PHS e PMDB. Ele informou que fará uma nova reunião ainda hoje com o PFL que já dava como certo o ex-prefeito Jaime Campos como candidato ao Senado pelo grupo de Maggi. "Até ontem, por exemplo, o Pagot tinha 90% de chance de ser o vice, agora, tem 30%", avaliou.
O ex-governador Dante de Oliveira (PSDB) que também está em Brasília onde participa no dia 11 da convenção nacional tucana disse que a decisão do TSE é confusa e que a direção nacional estaria preparando uma nova consulta ao Tribunal. No entanto, não se mostrou preocupado com os reflexos da decisão na política local. “Na minha tese, o PSDB não pode deixar de ter candidato ao governo. Se será o Antero ou outro nome, não sei. Não tem cabimento o partido não disputar a eleição”, avaliou.
Já o vice-prefeito de Várzea Grande, Nico Baracat, que integra a comissão eleitoral do PMDB em Mato Grosso, afirmou que a decisão do TSE “zera o jogo eleitoral”. Segundo ele, o PMDB terá agora que definir logo no plano nacional como irá para eleições deste ano.
Esta semana, antes da decisão do TSE, o PMDB recusou o apoio oficial à reeleição de Lula. Porém, se ficar livre, como pretende os candidatos ao governo, o partido só poderá se coligar nos estados com outras agremiações também livres. Neste caso, o partido poderá ser o grande beneficiado com o apoio a Maggi. Ontem, houve uma reunião entre o governador e a comissão eleitoral do PMDB e as conversas, agora, tendem a se intensificar.
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