Uma cuiabaninha na Copa do Mundo da Alemanha
No próximo dia 14, Aline embarca num avião rumo ao Rio de Janeiro, onde se juntará aos outros cinco estudantes brasileiros de escolas públicas que assistirão aos dois últimos jogos do time de Carlos Alberto Parreira na primeira fase da competição.
Filha do porteiro Anderson Cesar da Silva e da empregada doméstica Josiane Silva, Aline diz que jamais pensou que “iria tão longe”. Agora, com a viagem confirmada, a estudante prepara as malas. “Minha mãe já fez umas compras. Queremos levar roupas novas”, diz.
Como a viagem dá direito a um acompanhante, a princípio Aline pensou em levar uma tia. A mãe dela, justifica a estudante, estava preocupada com o tempo que teria de se ausentar do trabalho e sobre com quem deixar o filho menor, de oito anos. Mas o impasse está resolvido. “A patroa dela vai dar férias e meu irmão ficará com o meu pai e outros parentes nossos”, explica a menina.
Apesar da timidez que muitas vezes a fez incompreendida pelos colegas, como confidenciou à equipe de reportagem, Aline teve dupla aprovação para representar os colegas da escola municipal Antônia Tita Maciel de Campos.
Como integrante do Projeto Coca-Cola de Valorização do Jovem, desenvolvido em diversos pontos do país, primeiro ela teve de produzir uma redação na qual teria de convencer a comissão julgadora que seria merecedora da viagem. Conseguiu. Ficou entre os três primeiros colocados.
Em seguida veio a prova principal para alguém que, por ser muito tímida, era confundida como “metida”, segundo ela. No voto direto, um teste de popularidade entre os colegas, a pequena Aline venceu mais uma vez. Entre os três que tiveram suas redações classificadas, a estudante foi a mais votada.
A menina, que sonha em ser médica veterinária, tem em casa três gatinhos e dois cachorros. Ela diz que na redação garantiu que é boa aluna, nunca repetiu de ano, deseja muito conhecer os jogadores da seleção e saberá se comportar para bem representar sua escola, seus colegas, Cuiabá e o Brasil.
Como monitora do projeto de valorização dos jovens, Aline ajuda os colegas com dificuldades de aprendizagem a fazer as tarefas cotidianas e trabalhos escolares.
Nessa função desde o início do ano, ela diz que adora o que faz. “É muito bom ajudar os colegas, notar que eles estão aprendendo com o nosso auxilio através do projeto ”, completa.
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