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Politica Brasil
Domingo - 04 de Junho de 2006 às 07:56

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Um ano após as denúncias sobre a existência do chamado “mensalão”, suposta propina que o governo federal pagava a parlamentares da base aliada para obter aprovação das matérias na Câmara Federal, deputados avaliam que os prejuízos serão sentidos na eleição de 2006. O suposto envolvimento do deputado federal Pedro Henry (PP) no esquema abalou os bastidores da política mato-grossense e colocou o Estado no meio do escândalo nacional.

A investigação contra Henry, apesar de absolvido pela Câmara Federal, interferiu diretamente no cenário político mato-grossense. Antes candidato único ao Senado na base governista, as denúncias contra o progressista motivaram candidaturas da situação e da oposição.

Os parlamentares entrevistados pelo Diário avaliaram que os principais reflexos do escândalo deflagrado pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) em entrevista ao jornal Folha de São Paulo no dia 05 de junho de 2005 serão sentidos nas eleições de outubro próximo.

A maioria acredita que a renovação no Congresso Nacional, principalmente na Câmara Federal, será grande, alguns arriscam até um percentual acima de 50%. Outros, no entanto, acham que o eleitor será mais seletivo, mas não acreditam em uma renovação tão grande.

No entanto, apesar de todas as declarações, indícios de corrupção, cassações, absolvições e da denúncia que o Procurador Geral da República, Antonio Fernando de Souza, fez ao Supremo Tribunal Federal envolvendo 40 parlamentares, os representantes da base de sustentação do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falam com ressalvas sobre o escândalo. A maioria insiste na tese de existência de caixa 2 para financiamento de campanha e não na do pagamento de propina.

Para o senador Antero Paes de Barros (PSDB), considerado um dos principais oposicionistas do governo Federal, o escândalo, além de provocar uma imensa renovação na Câmara, vai derrotar o presidente Lula, pré-candidato à reeleição. “Engana-se quem acredita que a população não está atenta a isso”, alerta.

Já a senadora Serys Marly (PT) não acredita que esse escândalo vai abalar a reeleição do governo Lula. “O Lula está com quase 50% nas pesquisas, está praticamente reeleito”, disse. “O povo está bem alerta, os meios de comunicação estão colocando tudo”, acrescentou. Em relação à renovação, Serys Marly afirmou que é difícil fazer avaliação, uma vez que parlamentares cassados já conseguiram voltar ao meio político.

Para a deputada federal Teté Bezerra (PMDB), a renovação na Câmara será grande. “Apesar da veemência das declarações de Roberto Jefferson, a CPI levantou um volume grande de informações e não conseguiu comprovar a existência do mensalão. Mas isso vai ser tema da eleição de agora e com certeza vai influenciar na decisão do eleitor”, ressaltou.

Representante da base de oposição ao governo Lula, a deputada federal Thelma de Oliveira definiu o mensalão como uma política financeira do governo do PT para fazer a sua base de sustentação. “Na hora que começar a campanha é que isso vai ser sentido”, disse. “Eu acho que vai haver uma renovação de mais de 50%. A população vai reagir a todos estes escândalos”, enfatizou.

Para o deputado federal Welinton Fagundes (PL) o desgaste da classe política está acentuado. “No entanto, o Executivo está tendo a capacidade de não absorver, de modo que só o Legislativo, que é o poder mais fraco, está sentindo”, avaliou. Para o parlamentar, a renovação na Câmara não será tão grande, porém o eleitor vai estar mais seletivo.





Fonte: Diarío de Cuiabá

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