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Politica Brasil
Sábado - 03 de Junho de 2006 às 11:38
Por: Onofre Ribeiro

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O presidente do PPS nacional, deputado Roberto Freire, anunciou ontem a retirada de sua candidatura à presidência da República, e abriu a perspectiva de coligação com o PSDB para apoiar a candidatura Geraldo Alckmin. O apoio pode ser formal ou informal, dependendo de como a convenção do partido, ainda em junho, decida.

A maior parte do PPS quer subir no palanque de Alckmin, mas a regra da verticalização que obriga as alianças nacionais a serem reproduzidas nos estados, ainda divide o partido, que avalia se é melhor ter liberdade de coligação estadual ou fechar com uma candidatura nacional.

Contudo, já se sabe de antemão que o PPS deverá mesmo apoiar a candidatura de Alckmin. Nesse caso, em Mato Grosso o PPS deverá construir a sua própria arrumação. A tese que ainda se discute nos bastidores, é a de apoiar-se o senador Antero Paes de Barros ao Senado, e Blairo Maggi mantém a sua candidatura ao governo.

Se isso ocorrer, restarão algumas alternativas paralelas. O ex-prefeito Jaime Campos, do PFL, poderá manter a sua candidatura ao Senado, mas sem coligação formal. Será como se o PPS tivesse dois candidatos em palanques diferentes, já que não quer abrir mão do apoio do PFL ao seu projeto de reeleição do governador Blairo Maggi.

O ponto de união dessas duas candidaturas será o palanque do candidato Geraldo Alckmin.

Do outro lado, a oposição será mesmo o PT, que terá um candidato a governador, provavelmente a senadora Serys Marli, e uma possível candidatura-coligada a senador posta pelo PMDB, para que este partido não fique completamente a reboque do processo eleitoral.

Porém, o PT ainda não esclareceu em definitivo como pretende agir nos estados. A experiência de governar mostrou-lhe o preço alto de ter uma bancada pequena e de depender dos chamados grandes partes apoiando-o no Congresso.

Desse modo, é até possível que o PT nem lance candidato a governador e jogue todo o seu peso na eleição de uma bancada estadual e, principalmente, federal. O mensalão e todos os escândalos que atingiram o governo Lula e o PT decorreram da inexperiência em levantar recursos para manter o custo político do governo. Lembre-se que Fernando Henrique Cardoso governou refém do PFL e do PMDB e teve altos custos políticos.

Com uma bancada própria mais consistente e menos dependente dos chamados partidos da base aliada, o PT pode desenvolver um governo menos vulnerável como este que termina e acena com a possibilidade de reeleição do presidente Lula.

Mas, ainda em Mato Grosso, o governador Blairo Maggi precisará dos dois palanques, o do PFL e o do PSDB para o Senado, além do palanque do próprio PPS para a sua reeleição. E, mesmo assim, não deverá ser adversário aberto contra o PT, porque as relações institucionais do governo de Mato Grosso com o governo federal precisam ser preservadas.

Concretamente, será uma eleição muito mais diplomática do que partidária.

Nesse caso, o que se vê desde já será uma eleição sem grandes adversários. Há mais convergência aos interesses do que divergências contra os interesses de todos os envolvidos.

O que se esconde por detrás disso tudo, é bem claro: os partidos políticos acabaram e estão vivendo os últimos tremores de uma existência triste, melancólica e suicida.

Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e da revista RDM





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