Cozinheira faz depoimento bombástico e envolve Palocci e Dirceu com Arcanjo
Zildete, na sua oitiva, apontou o envolvimento de altas figuras do PT com o comendador João Arcanjo Ribeiro. Ela disse que os ex-ministros Antônio Palocci (Fazenda) e José Dirceu (Casa Civil) estiveram por três vezes na residência do ex-bicheiro em Cuiabá, em período de campanha, e saíram da casa com malas de dólares. Além deles, ela afirmou reconhecer na foto apresentada pela CPI em um telão, o presidente nacional do Sebrae, Paulo Okamoto, que é acusado de pagar contas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A cozinheira chegou admitir que Arcanjo teria dito a ela, em uma ocasião, “trate bem o meu irmão”, em referência a Palocci.
Além deles, ela confirmou ter visto, por duas vezes, na casa de Arcanjo, o empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, principal suspeito de ter matado o ex-prefeito. Zildete alega que viu todas as pessoas reunidas em épocas diferentes no escritório do ex-bicheiro porque além de cozinheira trabalhava também como copeira.
A depoente, porém, mostrou confusão com datas. Não soube dizer com clareza em que ano teria testemunhado os diálogos com os ex-ministros e o Sombra.
Ela foi além. Revelou ter “ouvido com todas as letras” que Arcanjo e Sombra tramaram o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel. Segundo disse, o empresário teria vindo a Cuiabá para que Arcanjo contratasse um pistoleiro em Mato Grosso para matar o ex-prefeito, mas que teriam decidido contratar em São Paulo mesmo. Ela garante que Sombra e Arcanjo montaram uma empresa de ônibus para fazer lavagem de dinheiro.
No mês passado em depoimento a mesma CPI dos Bingos Arcanjo negou com veemência qualquer contato com Sérgio Gomes e que nunca teve empresa de ônibus em Mato Grosso e nenhum outro estado.
Zildete – que está requerendo integrar ao serviço de proteção a testemunha, disse que resolveu falar porque seu irmão, Acácio Marques, teria sido morto a mando de Arcanjo. O irmão trabalhava para o ex-bicheiro, mas teria desviado gado das fazendas do comendador. Ela alegou ter conhecido Arcanjo nas missas em que freqüentava na Igreja do Rosário, centro de Cuiabá.
O depoimento da cozinheira à CPI se deu em razão de um requerimento do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA).
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