PF investiga ação da máfia em MG
Grampo telefônico feito pela PF em 15 de dezembro de 2005 mostra o empresário Darci Vedoin, dono da Planam e cabeça do esquema, contando para Maria da Penha Lino, assessora do ministro, que havia sido apresentado pelo secretário do PMDB mineiro a Sérgio Amaral, ex-superintendente de Desenvolvimento do Norte de Minas e braço direito de Felipe. Vedoin diz que Amaral é de Minas e "faz as coisas do homem".
Penha, que havia trabalhado na própria Planam e foi chamada para o gabinete de Saraiva Felipe em agosto de 2005, diz que essa pessoa "pode mexer com outras coisas" de interesse do grupo. Até agora o Ministério da Saúde não apresentou explicações sobre os motivos que levaram Saraiva Felipe a convidar Penha para um cargo-chave, responsável pelo acompanhamento das emendas parlamentares e pela análise técnica dos convênios.
O advogado da ex-funcionária, que está presa, disse que ela conheceu o ministro na época em que trabalhou para o Conselho dos Secretários Municipais de Saúde. Em seus depoimentos, Penha tem dito que o ministro não sabia de suas articulações com a família Vedoin, mas, nos grampos, é dito por integrantes da quadrilha que Darci teria sido um dos responsáveis por sua indicação para o posto.
Desde 2001, o empresário montou uma poderosa rede de contatos com parlamentares e assessores do Congresso para direcionar emendas do orçamento para a "aquisição de unidades móveis" nas áreas de Educação, Ciência e Tecnologia e, principalmente, Saúde.
Inadimplentes - Os grampos mostram que os Vedoin tinham informações sobre as conversas que o senador Ney Suassuna (PB), líder do PMDB, tinha com Saraiva Felipe sobre a liberação de emendas de seu interesse.
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