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Flávia Nogueira fala da importância científica do 'Prêmio Gente Pantaneira
A instituição do ‘Prêmio de Produção Científica Gente Pantaneira’, lançado pelo Governo de Mato Grosso durante o ‘8º Congresso e Exposição Internacional sobre Florestas’, decorre de uma série de reuniões com estudiosos do Pantanal e representantes de comunidades ribeirinhas, moradores da região, informou Flávia Nogueira, diretora-técnica-científica da Fapemat – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso.
“Esse pessoal conhece, vive ali e tem interesse no Pantanal, em resolver os seus problemas. Aprofundamos os debates sobre o tema, ouvindo e também sugerindo possíveis soluções para alguns dos entraves mais comuns na região”. A diretora acrescenta que o governo já levantara essa preocupação, pensando em traçar um plano de ação para o desenvolvimento sustentável do Pantanal.
“Sentiu-se, lógico, que havia necessidade de ampliação desse trabalho de pesquisa, que poderia até ser incentivado por meio de prêmios aos pesquisadores que mais se destacassem”.
Aprovada a idéia, na seqüência o governo começou a elaborar as normas da premiação (‘Prêmio Gente Pantaneira’) e dos projetos de pesquisa. “Na realidade, o Prêmio foi instituído tão somente para promover um reconhecimento público ao esforço dos pesquisadores que tanto têm se debruçado sobre os problemas do Pantanal, esforçando-se para entender o ecossistema ali existente, bem complexo”, diz.
Segundo a técnica, oportuniza-se desse modo um claro incentivo para que o Pantanal seja objeto de maiores pesquisas. “Não há a obrigatoriedade explícita de que, para se financiar determinado projeto, seja preciso estar inserido no ‘Prêmio Gente Pantaneira’, que é um incentivo. Estaremos entregando um computador portátil (laptop) e determinada quantia em dinheiro (R$ 5 mil) aos pesquisadores que apresentarem projetos estruturados. Sempre lembrando que a Fundação possui recursos constitucionais destinados ao fomento e financiamento de pesquisas”.
A Fapemat trabalha com editais, prossegue. “Assim, são financiados projetos de pesquisa que são de interesse das áreas estratégicas do governo. Por exemplo: a Secretaria de Saúde tem um problema grave e que pode ser solucionado através de um projeto de pesquisa. A Fapemat financia então este projeto da Saúde, a ser elaborado unicamente pelo órgão ou em parceria com outras instituições”.
Outros editais (a exemplo de publicações), acrescenta, financiam livros ou revistas científicas. “Aportamos o recurso e ajudamos a publicar, o mesmo acontecendo com projetos de pesquisa de interesse das universidades. Resumindo, essas são atribuições da Fundação, objeto concreto da existência da entidade”.
Pantaneiros querem pesquisas direcionadas
Por outro lado, conforme observa a diretora da Fapemat, os pantaneiros têm alegado freqüentemente que os problemas enfrentados podem ser solucionados com pesquisas. “Eles deixaram isso externado durante as reuniões com a Casa Civil, no início do ano. Mas também salientaram que os pesquisadores não enfocam as coisas de interesse direto das comunidades pantaneiras. Por que não premiar então projetos de pesquisa de interesse dos pantaneiros? Resumindo, queremos atrair pesquisadores que tenham contato com os pantaneiros e, junto com eles, possam definir um projeto. O melhor projeto vai ser premiado. Tanto que a denominação é ‘Prêmio de Produção Científica Gente Pantaneira’, que demanda um projeto”.
À parte da premiação (laptop/R$ 5 mil), Flávia Nogueira acrescenta que o pesquisador vai receber recursos e a infra-estrutura necessária (equipamentos) não para ele, mas para executar um projeto de interesse do Pantanal. “Isso porque a Fapemat apenas empresta para os pesquisadores, não cedendo permanentemente o material. Trata-se de um empréstimo à instituição à qual ele pertence”.
Manejo controlado do fogo: polêmica constante
A técnica cita a ocorrência do fogo, que faz parte do sistema pantaneiro, do próprio cerrado. “Mesmo porque o Pantanal nada mais é do que um sistema que inunda” – acrescenta. Reside nesse ponto – acentua - um dos questionamentos mais constantes acerca da proteção dada ao cerrado contra o fogo, o manejo controlado: quanto de fogo deve ser aplicado, como e onde? “São perguntas difíceis de serem respondidas. Com pesquisas, sabe-se, podem ser respondidas, mas não com projetos de curta duração, cinco ou seis meses. Talvez demande mais tempo, anos. Mas tem gente já estudando o tema. A UFMT trabalha inclusive um projeto denominado FOGO”.
O Sesc de MT enfrenta um problema similar, exemplifica Flávia. “Delimitaram uma área grande na região pantaneira, e lá dentro não entra gado nem fogo. Possui, portanto, uma vegetação completamente diferente da que existe no Pantanal”. Enfim, o objetivo desse prêmio é aproximar interesses relativos à questão, esclarece. “O presente edital (disponível no site www.fapemat.mt.gov.br) tem por objetivo normatizar e considerar auxílio à execução do projeto aos vencedores do ‘Prêmio Gente Pantaneira’, contemplando todas as áreas de conhecimento. A pesquisa será apoiada com recursos financeiros e a execução será negociada com as mulheres pantaneiras, incentivando a interlocução de pesquisadores e comunidades locais”.
ONGs: participação importante
O prêmio é destinado às iniciativas que contribuam significativamente para que a ciência, tecnologia, pesquisa e inovação possam ser úteis à melhoria de vidas das comunidades pantaneiras. O prêmio será composto das categorias senior, estudante e ambientalista. São três pessoas que serão premiadas. Senior é aquele mestre, doutor, vinculado às instituições de pesquisa. Estudante, aquele profissional ainda em fase de formação, sendo devidamente orientado por um tutor. Já a categoria ambientalista vai premiar pesquisadores graduados ou pós-graduados, vinculados às organizações não governamentais.
No momento em que o projeto vai ser apresentado (prazo se encerra no dia 28 de julho), ele já é um pesquisador. Moradores do Pantanal também podem participar, caso estejam vinculados a alguma universidade, ou se tiverem ligação com uma Ong. “Vai fazer uma proposta nova, discutindo-a nos moldes pantaneiros. Nesta equipe é imprescindível a presença de pantaneiro”.
Se um pesquisador pantaneiro tem uma idéia, deve enquadrá-la no projeto, ainda esclarece Flávia. “No Pantanal, sabemos, o pasto está sendo invadido por mato, e os pantaneiros têm dificuldade por isso. Para desmatar, precisam pedir autorização à Sema. Só que desmatam invasores de pasto, não florestas. Pode ser montado um projeto para ver se está correta essa condução, na forma da lei”. Para aqueles que não conhecem as diversidades do Pantanal, e apesar de dispor de livros sobre o Pantanal não manejam o Pantanal, o correto é buscar um pantaneiro para auxiliar, pedindo-lhe instruções para a concepção do projeto, trabalho que deve ser de interesse da gente pantaneira, segundo aconselha a diretora-técnica-científica. “A melhor idéia que chegar à Fapemat será premiada”.
Informações gerais sobre o Prêmio:
O Prêmio terá as seguintes categorias: I – Categoria senior: premiará pesquisadores mestres e doutores vinculados às instituições de ensino e pesquisa do Estado; II – Categoria estudante: premiará os profissionais ainda em fase de formação profissional, sendo devidamente orientado por um tutor;
III – Categoria ambientalista: premiará pesquisadores graduados ou pós-graduados vinculados a organizações não governamentais.
O prêmio é aberto a qualquer pessoa residente em Mato Grosso, que esteja vinculada à uma instituição de pesquisa, ensino superior ou organização não governamental. Será concedido a projetos de pesquisa entendidos como sendo a ‘aplicação de metodologia científica para testar uma hipótese de trabalho, com a perspectiva de produzir resultados compatíveis com os objetivos propostos’.
“Esse pessoal conhece, vive ali e tem interesse no Pantanal, em resolver os seus problemas. Aprofundamos os debates sobre o tema, ouvindo e também sugerindo possíveis soluções para alguns dos entraves mais comuns na região”. A diretora acrescenta que o governo já levantara essa preocupação, pensando em traçar um plano de ação para o desenvolvimento sustentável do Pantanal.
“Sentiu-se, lógico, que havia necessidade de ampliação desse trabalho de pesquisa, que poderia até ser incentivado por meio de prêmios aos pesquisadores que mais se destacassem”.
Aprovada a idéia, na seqüência o governo começou a elaborar as normas da premiação (‘Prêmio Gente Pantaneira’) e dos projetos de pesquisa. “Na realidade, o Prêmio foi instituído tão somente para promover um reconhecimento público ao esforço dos pesquisadores que tanto têm se debruçado sobre os problemas do Pantanal, esforçando-se para entender o ecossistema ali existente, bem complexo”, diz.
Segundo a técnica, oportuniza-se desse modo um claro incentivo para que o Pantanal seja objeto de maiores pesquisas. “Não há a obrigatoriedade explícita de que, para se financiar determinado projeto, seja preciso estar inserido no ‘Prêmio Gente Pantaneira’, que é um incentivo. Estaremos entregando um computador portátil (laptop) e determinada quantia em dinheiro (R$ 5 mil) aos pesquisadores que apresentarem projetos estruturados. Sempre lembrando que a Fundação possui recursos constitucionais destinados ao fomento e financiamento de pesquisas”.
A Fapemat trabalha com editais, prossegue. “Assim, são financiados projetos de pesquisa que são de interesse das áreas estratégicas do governo. Por exemplo: a Secretaria de Saúde tem um problema grave e que pode ser solucionado através de um projeto de pesquisa. A Fapemat financia então este projeto da Saúde, a ser elaborado unicamente pelo órgão ou em parceria com outras instituições”.
Outros editais (a exemplo de publicações), acrescenta, financiam livros ou revistas científicas. “Aportamos o recurso e ajudamos a publicar, o mesmo acontecendo com projetos de pesquisa de interesse das universidades. Resumindo, essas são atribuições da Fundação, objeto concreto da existência da entidade”.
Pantaneiros querem pesquisas direcionadas
Por outro lado, conforme observa a diretora da Fapemat, os pantaneiros têm alegado freqüentemente que os problemas enfrentados podem ser solucionados com pesquisas. “Eles deixaram isso externado durante as reuniões com a Casa Civil, no início do ano. Mas também salientaram que os pesquisadores não enfocam as coisas de interesse direto das comunidades pantaneiras. Por que não premiar então projetos de pesquisa de interesse dos pantaneiros? Resumindo, queremos atrair pesquisadores que tenham contato com os pantaneiros e, junto com eles, possam definir um projeto. O melhor projeto vai ser premiado. Tanto que a denominação é ‘Prêmio de Produção Científica Gente Pantaneira’, que demanda um projeto”.
À parte da premiação (laptop/R$ 5 mil), Flávia Nogueira acrescenta que o pesquisador vai receber recursos e a infra-estrutura necessária (equipamentos) não para ele, mas para executar um projeto de interesse do Pantanal. “Isso porque a Fapemat apenas empresta para os pesquisadores, não cedendo permanentemente o material. Trata-se de um empréstimo à instituição à qual ele pertence”.
Manejo controlado do fogo: polêmica constante
A técnica cita a ocorrência do fogo, que faz parte do sistema pantaneiro, do próprio cerrado. “Mesmo porque o Pantanal nada mais é do que um sistema que inunda” – acrescenta. Reside nesse ponto – acentua - um dos questionamentos mais constantes acerca da proteção dada ao cerrado contra o fogo, o manejo controlado: quanto de fogo deve ser aplicado, como e onde? “São perguntas difíceis de serem respondidas. Com pesquisas, sabe-se, podem ser respondidas, mas não com projetos de curta duração, cinco ou seis meses. Talvez demande mais tempo, anos. Mas tem gente já estudando o tema. A UFMT trabalha inclusive um projeto denominado FOGO”.
O Sesc de MT enfrenta um problema similar, exemplifica Flávia. “Delimitaram uma área grande na região pantaneira, e lá dentro não entra gado nem fogo. Possui, portanto, uma vegetação completamente diferente da que existe no Pantanal”. Enfim, o objetivo desse prêmio é aproximar interesses relativos à questão, esclarece. “O presente edital (disponível no site www.fapemat.mt.gov.br) tem por objetivo normatizar e considerar auxílio à execução do projeto aos vencedores do ‘Prêmio Gente Pantaneira’, contemplando todas as áreas de conhecimento. A pesquisa será apoiada com recursos financeiros e a execução será negociada com as mulheres pantaneiras, incentivando a interlocução de pesquisadores e comunidades locais”.
ONGs: participação importante
O prêmio é destinado às iniciativas que contribuam significativamente para que a ciência, tecnologia, pesquisa e inovação possam ser úteis à melhoria de vidas das comunidades pantaneiras. O prêmio será composto das categorias senior, estudante e ambientalista. São três pessoas que serão premiadas. Senior é aquele mestre, doutor, vinculado às instituições de pesquisa. Estudante, aquele profissional ainda em fase de formação, sendo devidamente orientado por um tutor. Já a categoria ambientalista vai premiar pesquisadores graduados ou pós-graduados, vinculados às organizações não governamentais.
No momento em que o projeto vai ser apresentado (prazo se encerra no dia 28 de julho), ele já é um pesquisador. Moradores do Pantanal também podem participar, caso estejam vinculados a alguma universidade, ou se tiverem ligação com uma Ong. “Vai fazer uma proposta nova, discutindo-a nos moldes pantaneiros. Nesta equipe é imprescindível a presença de pantaneiro”.
Se um pesquisador pantaneiro tem uma idéia, deve enquadrá-la no projeto, ainda esclarece Flávia. “No Pantanal, sabemos, o pasto está sendo invadido por mato, e os pantaneiros têm dificuldade por isso. Para desmatar, precisam pedir autorização à Sema. Só que desmatam invasores de pasto, não florestas. Pode ser montado um projeto para ver se está correta essa condução, na forma da lei”. Para aqueles que não conhecem as diversidades do Pantanal, e apesar de dispor de livros sobre o Pantanal não manejam o Pantanal, o correto é buscar um pantaneiro para auxiliar, pedindo-lhe instruções para a concepção do projeto, trabalho que deve ser de interesse da gente pantaneira, segundo aconselha a diretora-técnica-científica. “A melhor idéia que chegar à Fapemat será premiada”.
Informações gerais sobre o Prêmio:
O Prêmio terá as seguintes categorias: I – Categoria senior: premiará pesquisadores mestres e doutores vinculados às instituições de ensino e pesquisa do Estado; II – Categoria estudante: premiará os profissionais ainda em fase de formação profissional, sendo devidamente orientado por um tutor;
III – Categoria ambientalista: premiará pesquisadores graduados ou pós-graduados vinculados a organizações não governamentais.
O prêmio é aberto a qualquer pessoa residente em Mato Grosso, que esteja vinculada à uma instituição de pesquisa, ensino superior ou organização não governamental. Será concedido a projetos de pesquisa entendidos como sendo a ‘aplicação de metodologia científica para testar uma hipótese de trabalho, com a perspectiva de produzir resultados compatíveis com os objetivos propostos’.
Fonte:
Assessoria/Casa Civil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/298182/visualizar/
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