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Internacional
Sábado - 27 de Maio de 2006 às 09:47

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Um terremoto que abalou a região da antiga cidade real de Yogyakarta neste sábado matou mais de 2.700 pessoas, segundo o governo da Indonésia. "O total de mortos por enquanto é de 2.711. O número continua subindo a cada hora porque o processo de evacuação continua em andamento", disse à Reuters Desmawati, autoridade da força-tarefa para desastres do Ministério de Assuntos Sociais.

Ela afirmou ainda que 1.700 pessoas sofreram ferimentos graves e 872 ficaram levemente feridas.

Yogyakarta está no coração da principal ilha indonésia, Java, e fica próxima do monte Merapi, um vulcão que ameaçava entrar em erupção neste mês.

Um vulcanologista em Yogyakarta disse que o terremoto não foi provocado pelo vulcão, mas que a atividade do Merapi aumentou em razão dos tremores.

"Após o terremoto, mais nuvens começaram a sair da cratera", explicou Subandrio, que acompanha as atividades do Merapi para um centro de pesquisa de vulcões do país.

Os palácios reais de Yogyakarta e o templo de Borobudur são grandes atrações para turistas indonésios e estrangeiros. Muitos turistas estudam a língua indonésia nas escolas da cidade.

Um funcionário de hotel em frente ao templo Borobudur disse que o antigo complexo budista permaneceu intacto após o terremoto, embora várias estruturas nas proximidades tenham desabado.

O epicentro do tremor, que ocorreu pouco antes das 6h de sábado (19h de sexta-feira em Brasília), foi em alto-mar. Segundo o instituto de Pesquisa Geológica dos Estados Unidos, o terremoto atingiu 6,2 graus na escala Richter. Especialistas em Jacarta disseram que não foram registrados tsunamis.

A Indonésia fica numa região, apelidada de "Anel de Fogo", marcada por muitos vulcões e atividade tectônica.

A província indonésia de Aceh foi o local mais duramente atingido pelo tsunami desencadeado por um terremoto em dezembro de 2004, que matou cerca de 170 mil pessoas só naquela região.

Funcionários dos hospitais disseram que as vítimas do tremor de sábado sofreram ferimentos na cabeça e fraturas ósseas decorrentes do desabamento de edifícios. Milhares de casas ruíram em razão do tremor.

AJUDA

Sentado com sua mulher e três filhos ao lado de sua casa destruída no vilarejo de Kembang Songo, Sarmiji, de 44 anos, contou ainda não ter recebido ajuda.

"Tudo aqui está destruído. Minha casa está em ruínas, todas as casas estão arruinadas. Tenho um vizinho que perdeu 11 familiares mortos instantaneamente."



Ele sofreu ferimentos nas costas quando a parede de sua casa caiu e ficou preso nos escombros por algum tempo. "Gritei por ajuda e fui resgatado", contou Sarmii. Vários corpos podiam ser vistos nos escombros ao lado. Centenas de moradores do vilarejo ficaram sentados, desconsolados, em frente às casas destruídas.

Os pacientes dos hospitais, incluindo bebês recém-nascidos, foram levados ao ar livre, por temores de novos tremores.

A pista do aeroporto de Yogyakarta foi danificada e o local está fechado. O acesso por estradas também está complicado, dificultando a chegada de ajuda.




Fonte: Reuters

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