Casal Bezerra desmente propina e pede dados à PF

O presidente regional do PMDB, Carlos Bezerra e sua mulher, a deputada federal Teté, ingressaram ontem com um requerimento na Polícia Federal solicitando informações dos documentos e depoimentos da Operação Sanguessuga. O objetivo do advogado deles, Luiz Antonio Possas de Carvalho, é provar que nenhuma ligação existe entre o casal e o esquema de fraude na compra de ambulâncias com recursos de emendas do orçamento da União.

O nome do casal Bezerra, juntamente com o do federal Pedro Henry (PP), foi divulgado na imprensa nacional anteontem como integrantes da lista de beneficiários de propinas pagas pela Planam, empresa que comandava a máfia das ambulâncias. Segundo o advogado, vários depoimentos de pessoas envolvidas diretamente no caso isentariam o ex-senador e a deputada de qualquer participação na fraude.

"Já temos documentos do Congresso comprovando que nunca houve emendas para ambulâncias de autoria de Teté, nem de Bezerra. Agora, com o requerimento para a PF queremos acabar de vez com as dúvidas em relação a isso". Para o advogado, as informações estão sendo utilizadas mais de forma eleitoreira.

Bezerra considera um absurdo a informação de que ele e Teté teriam recebido propina. Nega ter qualquer relacionamento com a Planam e diz estar tranquilo, porque não deve nada. Irritado, o ex-senador frisa ainda que vai processar todos os sites e jornais que veicularam a notícia.

Pedro Henry, que estava em Cuiabá, não foi encontrado para falar do assunto. Ele não estava no escritório e não atendeu o celular. Um assessor do federal prometeu localizá-lo para apresentar sua versão, o que não aconteceu.

Bezerra, presidente regional da legenda peemedebista, deve ser candidato a deputado federal. Sua mulher, Teté, ainda não tem destino certo, sendo cogitada inclusive para uma disputa ao governo. A situação de Henry também ainda é indefinida.